Por Elaine Rodrigues Em RMVale

Dia da Mulher: desafios enfrentados por elas no mundo profissional

Pesquisa revela disparidade entre salários e oportunidades na RMVale

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Elisa, analista de sistemas de São José

Elisa Zaroni/Arquivo Pessoal

Chegou mais um dia 8 de março e com ele flores, mimos e uma vaga lembrança de sua origem: o Dia Internacional da Mulher nasceu da busca por direitos iguais entre os sexos, batalha travada ainda hoje por mulheres de todo o mundo. 

Desde 1917, quando operárias de uma fábrica nos Estados Unidos decretaram greve e morreram por isso, que a bandeira dos direitos iguais foi erguida e não descansou. 

Contudo, com quase um século depois, nas áreas que nasceram no advento do feminismo, como as ligadas as nova tecnologias, as mulheres ainda são minoria. "Muitas pessoas ainda pensam que os homens são mais capacitados para área de exatas que as mulheres. Não nos levam a sério"relata a analista de sistema, Elisa Zaroni Camargo, 41 anos. 

Elisa é uma das poucas mulheres que trabalha no Parque Tecnológico em São José dos Campos. Ela é gerente em uma empresa de TI (tecnologia da informação). 

"Quando comecei foi complicado. Já no curso técnico muitas meninas desistiam. Certa vez fui designada para preparar um computador para uma apresentação e quando cheguei com a chave de fenda, um homem veio correndo me dizer se eu sabia o que estava fazendo e que se eu quisesse poderia chamar algum rapaz para fazer aquilo por mim. São assim os atos preconceituosos. Tem empresa que te pergunta se pretende ter mais filhos, por que isso pode atrapalhar", detalha a analista

Hoje, com 23 anos de carreira, Elisa já superou os desafios desse universo ainda tão masculino. Como gerente, coordena uma equipe de 85 pessoas, a maioria homens. Em casa, é casada e mãe de dois filhos. 

"Eu lido muito bem com tudo isso. Ainda vejo olhares estranhos quando lidero uma reunião, mas isso não é nada. O desafio na nossa área ainda são os direitos como os salários que pode ser melhor para as mulheres", conclui. 

Dados 
Elisa não está errada em se preocupar com as diferenças dos salários. Não só na área detecnologia, mas em diversas profissões, existe uma grande defasagem entre os pisos salariais no mesmo cargo entre homens e mulheres. 

No setor metalúrgico, por exemplo, uma pesquisa feita a pedido do Meon pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) revela que na RMVale as mulheres representam 17% da mão de obra, que recebem em média R$ 4.219, enquanto os homens ganham R$ 5.574, uma diferença de 24,3% a menos para elas.

O setor de eletroeletrônicos é onde as mulheres têm a maior participação, representam 45,2% da mão de obra, mas segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José e região, é neste setor que está a maior desigualdade salarial. Os homens recebem R$ 4.982; já as mulheres uma média de R$ 2.817. Ou seja, quase a metade, o equivalente a 56,5% do salário dos homens nas mesmas funções. 

Este levantamento do Dieese tem como universo de estudo a categoria metalúrgica de são José dos Campos, Jacareí, Caçapava, Santa Branca e Igaratá (base do Sindmetal-SJC), num total de 42 mil trabalhadores.


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