Vale do Paraíba

Polícia pede prisão preventiva para o motorista da BMW no caso Matheus Helfstein

Investigação aponta dolo eventual e uso de álcool antes do acidente na Via Dutra

Escrito por Rubens Baracho

15 NOV 2025 - 12H36

Reprodução

A Polícia Civil de São José dos Campos solicitou a conversão da prisão temporária de Heitor Rabelo Stetner, motorista da BMW envolvida no acidente que matou o jovem Matheus Helfstein, de 20 anos, em setembro, para prisão preventiva. O pedido foi apresentado na manhã de sexta-feira (14) pelo delegado titular do 1º Distrito Policial, Reinaldo Checa Júnior, que conduz o inquérito.

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A prisão temporária, decretada em 22 de outubro por 30 dias, expira na próxima quinta-feira (20). Com a solicitação de prisão preventiva — que não possui prazo determinado —, a polícia busca manter o investigado custodiado na cadeia pública de Caçapava enquanto o processo avança.

Investigação aponta dolo eventual

De acordo com o delegado, as provas reunidas durante a investigação sustentam que o motorista assumiu o risco de produzir o resultado fatal, configurando dolo eventual. O acidente ocorreu na madrugada de 28 de setembro, na marginal da Via Dutra, quando a BMW conduzida por Heitor colidiu com um Honda Fit, causando a morte de Matheus.

A polícia afirma ter reunido elementos que demonstram uma trajetória de risco: o motorista teria deixado uma casa noturna onde permaneceu entre 1h e 4h30 da manhã. Provas anexadas ao inquérito mostram o consumo de bebidas alcoólicas no local, com gastos de R$ 2.525 entre uísque e champanhe. Duas testemunhas, sob proteção, confirmaram o consumo.

Velocidade estimada no impacto ultrapassa 160 km/h

A investigação também realizou medições do percurso entre a casa noturna e o local do acidente. Segundo o inquérito, a BMW percorreu 5.350 metros em 2 minutos e 40 segundos, média de 118 km/h. No trecho final — 740 metros percorridos em 16 segundos — a velocidade estimada foi de 166,5 km/h, valor que a Polícia Civil considera compatível com o momento da colisão.

Para o delegado Reinaldo Checa, a liberdade do investigado poderia comprometer o andamento do processo. “Se solto, o investigado pode articular versões, destruir provas ou evadir-se”, afirmou ao justificar o pedido de prisão preventiva.

Caso pode ir ao Tribunal do Júri

Caso o Ministério Público e o Judiciário confirmem o enquadramento por homicídio doloso, na modalidade de dolo eventual, o processo será levado ao Tribunal do Júri de São José dos Campos.

Assistência de acusação

A família de Matheus contratou o advogado Marcelo Galvão como assistente de acusação. Segundo ele, novas provas reforçam a conclusão da polícia. “A equipe do delegado chegou, de forma unânime, ao entendimento de que houve dolo eventual”, declarou.

Defesa aguarda posicionamento

A reportagem procurou Cristiano Joukhadar, advogado de Heitor Rabelo Stetner. Ele informou que, por enquanto, não há posicionamento sobre o pedido de prisão preventiva apresentado pela Polícia Civil.

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Por Rubens Baracho, em Vale do Paraíba

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