Por Meon Em RMVale

Especial Metrópole Magazine: A onerosa necessidade do Seguro Automotivo

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Confira a reportagem publicada na 33ª edição da Metrópole Magazine, que circulou em novembro de 2017, sobre o valor excessivo dos seguros automotivos devido ao alto índice de roubos. Quase um ano depois, a situação continua praticamente a mesma.

 

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A onerosa necessidade do Seguro Automotivo

Reprodução

 

 

Especial Metrópole Magazine: A onerosa necessidade do Seguro Automotivo

 

Alto índice de roubos e furtos na RMVale colaboram para elevação do valor do serviço na região

Por Fábio Soares

 

Entendida como obrigatória ao adquirir um veículo, a contratação do seguro automotivo movimenta a economia regional. Ao lado de combustível e manutenção, o seguro faz parte da lista tríplice de valores que devem ser levados em consideração ao comprar um carro. Diante dessa exigência do mercado brasileiro, concessionárias e revendedoras disponibilizam funcionários especializados no tema, ou até mesmo cedem espaço em suas lojas para que o cliente tenha ali uma empresa do ramo.

Em meio as diversas possibilidade de modelos oferecidos, muitas dúvidas surgem, como qual plano adquirir, o valor do seguro e até um novo modelo de proteção veicular comercializado no Brasil. Ter conhecimento sobre o valor do seguro do carro que pretende comprar é essencial para se planejar financeiramente e pode ser decisivo na escolha do modelo.

 O corretor de seguros Diego Vilela atuante em toda RMVale e confirma o comportamento dos clientes. “Na maioria dos casos, quando o cliente vai comprar um veículo zero na concessionária ou até mesmo um seminovo, ele entra em contato conosco antes de retirar o carro. Isso é mais frequente em veículos novos e é até uma de nossas orientações e recomendações que damos, pois conhecemos muitas histórias de roubo, furto e colisões que acarretaram na perda do veículo após poucos quilômetros rodados.”

Essa conduta, segundo Vilela, representa a grande maioria dos pretendentes, demonstrando que o valor do seguro chega a definir a compra. “A maior parte dos clientes nos procura antes da efetivação da compra. Em relação aos seminovos, posso dizer que a procura gira em torno de 80% a 90% antes da retirada do veículo. Está se tornando muito comum o cliente nos procurar e enviar de duas até três modelos de auto para a realização do orçamento. Só depois ele toma a decisão da compra.”

Um dos questionamentos mais relevantes sobre o valor do seguro se dá na composição do custo e na discrepância entre valores de modelos próximos. Em tempos de recessão econômica, um dos vilões do aumento considerável do preço dos seguros automotivos é a Segurança Pública. Quantos maior a ocorrência de furtos e roubos, maior será o valor anual do seguro.

Segundo os dados fornecidos pela Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo, a RMVale é a região que registra o maior número de furtos/roubos de veículos em todo o Estado. No ano de 2016 foram registrados 1.882 roubos de veículos e 4.762 furtos. Neste ano, de janeiro a setembro, foram 1.229 roubos e 3.675 furtos.

O advogado Fábio Antunes, 27, teve objetos do seu carro furtado no início do mês de outubro, em Taubaté: “Precisei voltar ao escritório no começo da noite e não parei no estacionamento que costumo deixar o carro. Estacionei na rua e estouraram o vidro. O corretor me atendeu na mesma hora. Na manhã seguinte, o reparo já havia sido solicitado mediante a franquia específica para recolocação do vidro. Alguns dias úteis depois, a oficina me ligou, informou que a peça havia chegado e realizou a troca. Apesar da chateação, o corretor e a oficina realizaram um atendimento satisfatório”.

Fabio ainda comentou sobre o valor que paga no seguro: “Aumentou 25% em comparação a 2016. Porém, morando na região mais perigosa do Vale do Paraíba, é inviável não ter, infelizmente”.

“Realmente os valores dos seguros auto têm aumentado não só para seguros novos, mas até mesmo em renovações nas quais o cliente não utiliza o seguro o ano todo, onde ele tem um aumento da classe de bônus, mantendo as mesmas coberturas e dados de perfil e utilização. Isso se dá pelo fato do aumento do índice de roubo/furto e pela sinistralidade dentro das seguradoras com os respectivos modelos de veículos. O fato de o Vale do Paraíba ter um alto índice de insegurança na área reflete na precificação dos seguros. Como os riscos são altos, as seguradoras entendem que a chance de acontecer alguma coisa com o veículo é grande e acabam repassando para os clientes no valor do prêmio a ser pago”, corrobora o corretor.

Por conta do alto preço dos seguros, uma modalidade diferente tem ganhado espaço entre os clientes. Trata-se da proteção veicular por meio de cooperativa. O valor pago é menor do que oferecido pelos operadores de seguros tradicionais. Algumas cotações que chegam a diminuir em 30% o valor comum.

Atuação, pagamento e resultado são semelhantes a qualquer cooperativa. Ao invés de se relacionar diretamente com a operadora de seguro, o cliente coparticipa de um contrato que atende a várias pessoas. Após o pagamento de uma taxa de adesão (variável entre 300 e 400 reais), uma mensalidade passa a custear toda a operação da cooperativa.

“O valor da mensalidade corresponde ao rateio da sinistralidade do grupo no mês anterior, somado à taxa administrativa que é cobrada para manutenção da entidade. O ‘índice de violência’ não interfere, pois não há análise de perfil.”, explica o advogado Renato Assis, atuante na defesa de cooperativas.

No momento em que algum cooperado necessitar da cobertura por conta de um sinistro, todos dividem o valor do reparo a ser realizado. Apesar da imprecisão do valor da mensalidade nos meses em que forem utilizados os seguros, as cooperativas vendem a ideia de que o acréscimo não costuma exceder 10% do valor total.

Porém, nem tudo que envolve essas cooperativas é cercado de boas notícias. A SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), órgão federal responsável pela autorização, controle e fiscalização dos mercados de seguros, não tem poder para regulamentar a atuação dessas cooperativas, o que gera ilegalidade e insegurança jurídica, resultando em graves consequências ao consumidor.

Vilela ressalta os problemas que os clientes enfrentam ao contratarem o serviço de seguro cooperado. “Há pouco tempo recebemos um comunicado nos informando que esse tipo de seguro não é regulamentado pela SUSEP. Qualquer problema que o segurado vir a ter correrá o risco de não ser ressarcido ou ter seu serviço prestado como ocorre nos seguros convencionais. Conheço pessoas que deixaram de fazer um seguro comigo no primeiro momento por conta dos valores, contratam essas cooperativas e, por um acaso, tiveram sinistro ou precisaram de assistência. Essas pessoas estão brigando até hoje para receberem os valores prometidos.”

Os problemas fizeram com que associações de proteção ao consumidor se posicionassem contra a utilização desse tipo de serviço, diante da impossibilidade de equipará-lo ao seguro tradicional.

Para Renato, as críticas até possuem fundamento. “Na verdade, o que os órgãos de defesa do consumidor dizem é verdade. O mercado merece e carece de uma regulamentação e de um órgão regulador. Sobre os corretores de seguros, estes criticam a atividade por total desconhecimento, entendendo que é uma concorrência ao mercado de seguros, o que não traduz a verdade. Trata-se de uma alternativa para os excluídos.”

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