Rafel Menin Soriano, gerente geral jurídico da Editora Globo
Pedro Ivo Prates/Meon
Como combater as fake news sem ameaçar a liberdade de expressão, direito fundamental e um dos pilares da democracia? Essa foi uma das questões debatidas na primeira edição do Ideias&Debates, promovido pelo Grupo Meon de Comunicação e Rádio Jovem Pan, em São José dos Campos, na última sexta-feira (10). O evento teve como tema central o impacto e os riscos gerados pela disseminação de fake news nas redes sociais.
Entre todos os palestrantes que participaram do debate, foi senso comum entre os palestrantes que existe a necessidade urgente de fomentar a reflexão sobre o assunto e de criar meios para combater a propagação de notícias falsas nas redes sociais. E este é o foco desta terceira reportagem da série sobre o evento --as anteriores são "Senso crítico e responsabilidade nas redes sociais são armas contra fake news" e "Debate sobre fake news contribui com profissionais da comunicação e gestores públicos".
Citando casos concretos, a discussão sobre liberdade de expressão foi além das fake news, abordando consequências de postagens opinativas que afetam diretamente a imagem de pessoas e empresas.
"O maior bem que a gente tem que proteger, que é um pilar da democracia, é a liberdade de expressão. A gente precisa pensar o quanto a gente quer regular, que a gente quer proibir", disse Rafael Menin Soriano, gerente geral jurídico da Editora Globo, durante sua palestra no Ideias&Debates.
Em julho, o Facebook excluiu 196 páginas e 87 contas da sua plataforma no Brasil alegando que faziam parte de "uma rede coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas, e escondia das pessoas a natureza e a origem de seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação”. A medida gerou polêmica. O MBL (Movimento Brasil Livre), que teve várias páginas excluídas, considerou a medida arbitrária.
Na última segunda-feira (13), o ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), ressaltou que a criação de normas para combater as fake news poderia resultar em censura. "As ideias são incontroláveis. O que nós precisamos é, posteriormente, diante de uma mentira intencional - e não me refiro ao erro, e sim a uma inverdade - ter as consequências jurídicas. Mas, a priori, qualquer regulamentação soaria como censura”, disse Marco Aurélio, em um seminário sobre democracia e eleições realizado em Brasília.
Jornalismo
Maria Célia Furtado, diretora Executiva da Aner
Pedro Ivo Prates/Meono
O jornalismo profissional é um dos protagonistas na luta contra às fake news. Para ganhar força, diversos veículos de comunicação estão juntando forças para sensibilizar a sociedade sobre os riscos da disseminação de notícias falsas nas redes sociais.
O debate sobre fake news promovido por meio de uma parceria entre o Grupo Meon de Comunicação, responsável pelo Portal Meon e Metrópole Magazine, e a Rádio Jovem Pan foi exatamente neste sentido.
"É um momento importante para debatermos sobre o assunto, trocarmos experiência e encontrarmos um caminho para nos protegermos da informação falsa, a noticia falsa que é disseminada de uma forma veloz, sem a responsabilidade de ser assinada pelos seus autores", disse Regina Laranjeira Baumann, diretora do Grupo Meon de Comunicação.
Em sua palestra no Ideias&Debates, Maria Célia Furtado, diretora executiva da Aner (Associação Nacional de Editores de Revistas), destacou o papel do jornalismo sério e deu orientações sobre como empresas e pessoas podem contribuir nesta guerra contra as fake news.
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