Ele é a sensação do torneio. Marcou cinco gols em quatro jogos, deu duas assistências e ajudou a Colômbia a superar as oitavas de final da Copa do Mundo ao bater o Uruguai. O craque sorri, tira fotos com todos que pedem e atende um a um todos os jornalistas que se amontoam na zona mista do Maracanã para falar com ele.
Apesar de tudo, James Rodríguez não é um jogador que goste de ser o centro das atenções fora dos campos. Tímido, não se sente muito confortável diante dos microfones. Ele brilha mesmo é no gramado, onde voltou a demonstrar personalidade e qualidade para marcar os dois gols da vitória colombiana, o primeiro deles talvez o mais espetacular de todos até agora no Brasil 2014.
"Esses gols são do tipo que treinamos sempre, e a verdade é que foi muito legal conseguir acertar", comenta, quase como se quisesse tirar a importância do feito. Mas lá estavam as câmeras para gravar o momento em que James dominou a bola com o peito, girou e deu um chute de fora da área para mandar a bola ao fundo da meta defendida por Fernando Muslera.
A Colômbia era considerada uma possível surpresa antes do Mundial, mas o entusiasmo esfriou um pouco após a lesão do goleador Radamel Falcao. Porém, James já fez o mesmo número de gols marcados pelos artilheiros da Copa. Além disso, faz a diferença no meio-campo colombiano. Contra o Japão, o placar marcava 1 a 1 quando ele entrou em campo para mudar o jogo, marcar um gol e encaminhar a goleada por 4 a 1.
"Sim, é difícil conseguir algo assim, mas na minha opinião, quando uma pessoa realmente sonha, ela pode conseguir atuações como esta", afirma o jogador colombiano. "Se você deseja e trabalha duro, as coisas acontecem."
O número 10 da Colômbia já tinha mostrado a sua habilidade anteriormente, mas nunca com tanta qualidade. O bom desempenho não podia ter chegado em melhor hora, e James não hesita em citar o técnico José Pekerman como um dos responsáveis pela sua evolução futebolística. "O professor me ajudou a melhorar em tudo. Fala muito comigo, e com ele estou conseguindo progredir tática e mentalmente."
Com a quebra da maldição das oitavas, um peso que a Colômbia carregava desde a Itália 1990, quando a geração liderada por Valderrama caiu frente a Camarões, James avisa que a equipe está preparada para grandes desafios. "Este é um grupo que quer chegar longe, e acreditamos que vamos conseguir", declara.
Para isso, não há um desafio maior do que medir forças com o país-sede por um lugar nas semifinais. "Fizemos história e queremos continuar fazendo. Agora vem o Brasil e estamos conscientes de que é um adversário difícil, com grandes jogadores, mas esperamos ganhar".
A Colômbia enfrenta o Brasil nesta sexta-feira (4), às 17h, no Estádio do Castelão, em Fortaleza, Ceará, pelas quartas-de-final da Copa do Mundo.
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