A Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou nesta quinta-feira (6) um relatório alarmante: 2025 está a caminho de se tornar o segundo ou o terceiro ano mais quente já registrado no planeta. O documento, apresentado poucos dias antes da abertura da COP30, em Belém (PA), aponta que as concentrações de gases do efeito estufa e o calor nos oceanos atingiram níveis recordes, mantendo a tendência de aquecimento extremo que vem sendo registrada na última década.
Segundo a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, o cenário atual indica que será praticamente impossível limitar o aumento da temperatura global a 1,5 °C nos próximos anos, conforme previsto no Acordo de Paris.
“Essa sequência sem precedentes de altas temperaturas, combinada com o aumento recorde dos níveis de gases de efeito estufa, deixa claro que será praticamente impossível limitar o aquecimento global a 1,5 °C sem ultrapassar temporariamente essa meta”, afirmou.
“Mas a ciência é igualmente clara: ainda é totalmente possível e essencial reduzir as temperaturas até o final do século.”
De acordo com o relatório, de janeiro a agosto deste ano, a temperatura média global ficou 1,42 °C acima da era pré-industrial, ligeiramente abaixo do recorde de 2024, que registrou 1,55 °C. Ainda assim, os últimos 11 anos (2015–2025) serão, individualmente, os mais quentes da história.
Gases e aquecimento dos oceanos batem recorde
Os níveis dos três principais gases de efeito estufa — dióxido de carbono (CO₂), metano (CH₄) e óxido nitroso (N₂O) — voltaram a atingir novos recordes.
O CO₂ chegou a 423,9 partes por milhão, o maior valor já observado, com um aumento de 3,5 ppm em apenas um ano. Desde 1750, a concentração de CO₂ subiu 53%, a de metano aumentou 166% e a de N₂O, 25%.
O relatório destaca ainda que o calor armazenado nos oceanos atingiu o maior nível da história, superando o recorde de 2024. A OMM explica que mais de 90% do excesso de energia gerado pela ação humana é absorvido pelos mares, o que intensifica tempestades, acelera o derretimento do gelo e contribui para o aumento do nível do mar.
Desde 1993, a taxa média de elevação dos oceanos dobrou, passando de 2,1 milímetros por ano para 4,1 milímetros. O gelo do Ártico atingiu, em março, a menor extensão máxima da série histórica, e o da Antártida segue bem abaixo da média.
Impactos em escala global
O documento da OMM mostra que os efeitos do aquecimento global se intensificaram em 2025, com uma sucessão de eventos extremos em diferentes regiões do mundo.
Nos Estados Unidos, enchentes no Texas deixaram 135 mortos, no pior desastre do tipo em quase meio século.
Na Europa e no Mediterrâneo, uma onda de calor fez as temperaturas ultrapassarem os 50 °C, causando incêndios em centenas de milhares de hectares.
Na África, ciclones e inundações atingiram Moçambique e a África do Sul, e na Ásia, enchentes devastaram o Paquistão e a Índia, desalojando mais de 1,5 milhão de pessoas.
No Brasil, a seca prolongada voltou a atingir a Amazônia e o Sudeste, agravando queimadas e reduzindo os níveis de reservatórios de água e energia.
“Os eventos extremos de 2025 estão prejudicando plantações, agravando a pobreza e forçando deslocamentos em várias regiões”, destaca o relatório.
Desafio para a COP30
Divulgado às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, o relatório serve como base científica para as discussões sobre o novo financiamento climático global.
O texto reforça que o mundo não está no caminho para cumprir o Acordo de Paris, e que será necessário um esforço conjunto entre governos, empresas e sociedade civil para evitar um colapso climático nas próximas décadas.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, também fez um alerta durante a Cúpula dos Líderes em Belém:
“Devemos agir agora, com rapidez e em larga escala, para que esse aumento de temperatura seja o menor e o mais curto possível. Precisamos garantir que as temperaturas voltem a ficar abaixo de 1,5°C antes do final do século.”
A OMM ressalta que, embora o cenário seja preocupante, ainda há tempo para reverter parte dos danos, desde que haja compromisso político, investimento em energias limpas e metas concretas de redução de emissões.
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