Por Meon Em Brasil & Mundo

São José ainda tenta assimilar o golpe do segundo rebaixamento

Todos aguardam uma manifestação do presidente do clube

O São José ainda terá muitos problemas após mais um descenso (Foto: Jogando Juntos)

O São José ainda terá muitos problemas após mais um descenso

Jogando Juntos

A maior tragédia futebolística do São José EC, que foi o rebaixamento à quarta e última divisão do Campeonato Paulista, entristece e torcida e condena a atual administração. Por enquanto, não há previsões para o futuro, mas tempo de sobra até o próximo jogo.

Em setembro de 2013, na mais recente eleição de diretoria do São José e com a participação de conselheiros e sócios, a oposição venceu a situação por 100 votos a 98. A chapa encabeçada pelo presidente Benevides Ferneda, o Geleia, também contava com o diretor da torcida organizada Mancha Azul, Eduardo Pereira.

A oposição fez a sua campanha explorando alguns pontos que geravam discussões internas e entre torcedores. O grupo destacava que a situação vinha de seis campeonatos seguidos na Série A-2 e sem conseguir acesso ao Paulistão. E fora do futebol, argumentava que os situacionistas, por serem políticos ou ligados ao governo municipal, queriam entregar o poliesportivo do clube à Prefeitura.

Sobre o futebol profissional, a promessa era a de um time competitivo para voltar à elite estadual, algo procurado desde o rebaixamento de 1999. E depois de três anos de gestão, a equipe caiu em 2014 para a Série A-3 e agora, à quarta divisão.

Quanto ao conjunto poliesportivo, o plano da oposição era vender um projeto para a iniciativa privada explorar o local. No entanto, como o São José tinha o direito de utilizar a área, mas sem a opção de negociar espaços, uma ação do Ministério Público, que já circulava na Justiça, confirmou a previsão de uma sentença impedindo a movimentação.

Em setembro do ano passado, para evitar desdobramentos e um longo período de espera por uma sentença definitiva, o clube negociou um acordo com a Prefeitura, aceito pelo Judiciário. O São José ficou com 30% da área e o governo municipal, com a obrigação de assumir e revitalizar os outros 70%.

Fora de casa

Antes da eleição de setembro de 2013, os candidatos já sabiam que o São José teria um ano difícil em 2014. Durante o Paulista da Série A-2, o estádio Martins Pereira continuaria fechado para uma reforma de modernização. Assim, o time necessitaria de uma outra casa provisória para disputar o campeonato.

Sem a eficiência necessária para montar um time competitivo e salvo por um difícil acordo com o Jacareí Atlético Clube, o São José mandou os seus jogos da Série A-2 na cidade vizinha, perdendo em quase todos. Seguido por um número bem menor de torcedores, caiu para a Série A-3 de forma antecipada e inapelável

No segundo semestre de 2014, o time esboçou reação na Copa Paulista, mas já sentindo a falta de estrutura. A reforma no Martins Pereira tirou do São José o direito de utilizar o vestiário principal do estádio como a base também para as aitividades diárias. E com parceiros fracos, uma deficiente estrutura foi montada no conjunto poliesportivo.

Na Série A-3 do primeiro semestre do ano passado, a diretoria não conseguiu montar um projeto com credenciais de candidato ao acesso. As deficiência e os erros atrapalharam e a equipe nem conseguiu chegar entre os oito finalistas da terceira divisão.

Só com 18 jogadores

Perdendo o prazo para aumentar o número de jogadores disponíveis, o São José praticamente passou o campeonato inteiro com apenas 18 jogadores. Teve a sorte de contar com um grupo unido e que além de manter o time distante do risco de rebaixamento, ainda chegou na última rodada com chances de classificação.

No segundo semestre, na Copa Paulista, um nova parceria chegou animada e contratando alguns jogadores mais conhecidos. No entanto, por erros administrativos e futebolísticos, a campanha foi um vexame. O time empatou na estreia e depois, perdeu todos os sete jogos restantes, inclusive com duas goleadas em casa.

Com a temporada 2016 chegando, Geleia foi ouvindo propostas de parcerias e procurando alternativas. Ele oferecia um São José na terceira divisão, sem um centro de treinamentos básicos e que viu o seu público médio cair de quase 3.000 pagantes para menos de 500 por jogo. E ainda sem o poliesportivo para montar o seu espaço básico.

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Ex-técnico Wladimir Pereira e o presidente Geléia

Divulgação

Parceria rachada

No início de dezembro, a diretoria apresentou o parceiro para o campeonato de 2016. O grupo veio por intermédio do técnico Wladimir Pereira, de passagem anterior recente durante uma Copa Paulista. No entanto, antes da virada do ano, o grupo da parceira rachou. Um dos integrantes, que abasteceria o time com uniformes da Nike, não teve os seus jogadores aceitos e foi embora.

A parte que ficou começou o campeonato animada. O time venceu os dois primeiros jogos e parecia que finalmente o São José havia encontrado um parceiro interessante. Mas, na hora do pagamento do primeiro salário e da contração de reforços, ficou claro que a diretoria e o parceiro eram fracos para as necessidades do campeonato.

Agenda negativa

O São José voltou a gerar notícias negativas, como a de jogadores cobrando uma alimentação melhor. E quando a equipe teve a anormal série de cinco jogos seguidos em casa e somou apenas um ponto, com um empate e quatro derrotas, o risco de rebaixamento ficou evidente.

Sem uma rotina adequada de treinos, porque muitas vezes o tempo era consumido por questões como a troca de técnico e o atraso nos salários, o time foi sofrendo até a última rodada. E passando a depender de tropeços de concorrentes, terminou caindo de divisão.

Nesta segunda-feira, alguns torcedores foram ao portão principal do Martins Pereira, pedir a renúncia do presidente Geleia. O dirigente não se manisfestou desde que o rebaixamento foi consumado na rodada da manhã de domingo.

O diretor de futebol Eduardo Peneluppi disse que o próximo passo será o acerto com os profissionais contratados para a campanha do rebaixamento. Alguns jogadores permaneceram na casa-alojamento e com a informação de que o acerto segue programado para quarta-feira.

Um ano sem jogos

Como foi rebaixado da Série A-3, o São José perdeu o direito de tentar uma vaga na Copa Paulista, competição que movimenta os times no segundo semestre. Assim, o próximo campeonato começará somente em abril ou maio do ano que vem. O da Segunda (4ª) Divisão desta temporada começa no próximo dia 16.

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