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Caso Bonafé: Réus são absolvidos em júri popular pela morte do advogado em Taubaté

Julgamento durou dois dias e inocentou acusados

Escrito por Meon

20 SET 2025 - 14H35 (Atualizada em 20 SET 2025 - 16H03)

Reprodução

O júri popular que julgou dois homens acusados de participação no assassinato do advogado Leonardo Bonafé, em Taubaté, terminou com a absolvição dos réus após cerca de 20 horas de sessão, divididas em dois dias de intensos debates entre a defesa e o Ministério Público de São Paulo (MP-SP).

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O julgamento começou na quinta-feira (18), com depoimentos de testemunhas, do delegado responsável pelo caso e do pai da vítima. A sessão se estendeu por mais de dez horas. Já na sexta-feira (19), o embate ficou marcado pelas argumentações entre promotores e advogados, que ocuparam quase todo o dia.

Ao fim, os sete jurados – três homens e quatro mulheres – decidiram absolver Marcelo Henrique Carvalho Coppi e Carlos Ramon da Silva Gonçalves, acusados de fornecer o carro usado pelos executores do crime.

Confronto em plenário

Na parte da manhã de sexta, o promotor Lucas Araújo Lage de Gusmão exibiu imagens do crime e destacou a precisão dos disparos que mataram Leonardo. “Bastaram três segundos para que um pai perdesse o filho. Quem executou Leonardo era um exímio atirador”, afirmou.

Durante a tarde, a defesa rebateu, questionando falhas na investigação e alegando que os réus tentaram colaborar com a apuração, mas foram ignorados. “Nunca vi um processo com tanta denúncia anônima. Os réus colaboraram, mas foram ignorados pela investigação”, disse o advogado Cristiano Joukhadar.

O clima de tensão foi constante, a ponto de o juiz intervir em duas ocasiões para conter discussões entre defesa e promotoria. Um dos advogados chegou a desafiar o MP em plenário: “Eu desafio o senhor a colocar aqui quem matou Leonardo Bonafé”, declarou Rafael de Farias Campos.

Absolvição e próximos passos

A decisão dos jurados rejeitou a tese do MP, que atribuía aos réus participação indireta no assassinato. Em nota, os advogados de defesa afirmaram que a inocência foi comprovada. Carlos Ramon já está em liberdade, enquanto Marcelo segue preso por outro processo de receptação em Pindamonhangaba.

A família da vítima acompanhou o julgamento e, antes da decisão, afirmou esperar que os depoimentos ajudem a Polícia Civil a identificar os executores e possíveis mandantes do crime. “Nomes foram citados e agora a polícia tem mais elementos para chegar no executor ou mandante”, disse Flávio Bonafé, pai de Leonardo.

O caso

Leonardo Bonafé, de 25 anos, foi morto em agosto de 2024, quando chegava ao trabalho, na região do Três Marias, em Taubaté. Ele foi atingido por pelo menos seis disparos e morreu no local. Filho do advogado e político Flávio Bonafé (MDB), Leonardo foi velado em São Luiz do Paraitinga, sua cidade natal.

Cerca de 100 pessoas acompanharam a sessão do júri. O crime segue sendo investigado pela Polícia Civil, que agora deve aprofundar a apuração em busca dos executores.

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