Por Raíssa Victória Marcos | EM Francisca Caloi Em Alunos

A importância da representatividade nos cinemas, desenhos, brinquedos e na internet para crianças e jovens

Você deve estar pensando que já viu esses grupos "fora do padrão" nas telas. Mas foi de uma forma positiva?

De uns tempos para cá, muitos estão questionando a importância da representatividade nos cinemas, desenhos, brinquedos e na internet. Outras, tentando mostrar às pessoas que isso pode ser importante na formação de muitas crianças e jovens.

Mas afinal, qual é a importância da representatividade para as crianças e os jovens? São muitos os questionamentos que começaram a ser feitos nos últimos anos e há vários motivos. Como sabemos, o cinema, os desenhos, as músicas e outras plataformas vêm sofrendo várias mudanças e adaptações com o passar dos anos e décadas, mas e a representatividade?

Quando falamos de representatividade, estamos falando de grupos sociais que têm a sua imagem representada nas telas, desenhos, novelas e na internet, e que podem se identificar. Mas isso, infelizmente, não é muito comum. Muitos grupos, como a sociedade LGBTQI+, a população negra, pessoas obesas, os portadores de necessidades especiais e, às vezes, até mulheres, geralmente são vistos como “fora do padrão” e são ignorados ou excluídos porque a sociedade vê que uma pessoa branca, heterossexual e que possui uma família tradicional é digna de tal atenção. Por isso, muito pedem pela representatividade nas telas e nas redes sociais.

Já se sabe que a representação pode ajudar no crescimento da personalidade da criança, do jovem e até mesmo do adulto. Por exemplo, se uma criança negra vê um herói negro lutando e sendo um rei, para ela isso pode representar que pode ser muito mais do que se imagina – e isso significa ser muito mais do que o papel determinado socialmente, que é o de faxineiro ou mordomo.

Mas você deve estar pensando que já viu esses grupos “fora do padrão” nas telas. Mas foi de uma forma positiva? Porque se for ver mais de perto, geralmente, quando esses grupos aparecem sempre são de uma forma negativa.

Não são em todos os filmes, séries e desenhos que isso acontece, mas se pôde prejudicar alguém, uma única vez já basta. Vemos isso no caso das pessoas obesas: quando aparecem nos filmes, sempre são apontadas como pessoas que comem descontroladamente, que não se exercitam, são vítimas de piadas e sua aparência sempre é vista como algo feio, fora do padrão. Isso não é representar alguém, mas deixar-lhe mais inseguro consigo mesmo, desconfortável. Esse estereótipo é um desserviço.

E também temos as pessoas com necessidades especiais, que são sempre representadas de forma negativa, pois quando se tem personagens com necessidades especiais, sempre são retratados como incapazes, como frágeis e que não têm ou não podem ter uma vida normal, como outras pessoas teriam. Obviamente, este estereótipo novamente está errado, de muitas maneiras, e a prova são as próprias pessoas portadoras de necessidades especiais e que estão aí para mostrar que são muito mais do que julgam e que são capazes de muito mais do que muitos esperam.

O empoderamento é mais do que padrões

Se depois deste texto você entendeu a importância da representatividade na formação de muitas pessoas, parabéns! Caso contrário, explico de outra forma: a representatividade pode ajudar na formação da personalidade das pessoas, mas isso vai muito além. Pode gerar, também, autoestima, empoderamento e a confiança em si mesmo.

Reconheço os meus privilégios como alguém que não precisa lutar contra os padrões estéticos, mas nunca me senti representada por nenhuma princesa, por exemplo, sempre admirei sua beleza, mas nunca me vi naquelas figuras de cabelos loiros, lisos e olhos azuis – o que fazia com que eu desejasse possuir tais características físicas.

Imagine uma menina negra que só teve a sua princesa da Disney em 2009, com o filme da “Princesa e o Sapo", desenho que mostra uma protagonista que batalha para abrir seu restaurante em Nova Orleans, conquistando o sucesso ao final. Se o primeiro desenho da Disney, “Branca de Neve e os Sete Anões”, foi lançado em 1937, foram precisos 72 anos para que houvesse representatividade negra entre as “princesas”. Triste, né?

Mas além de grupos, também temos as mulheres que sempre são representadas como os estereótipos da sociedade, como frágeis, de casa, submissas, isso quando não são reduzidas aos seus corpos. Isso acaba sendo negativo tanto para a autoestima feminina, quanto para a imagem feita pela sociedade, até porque sempre ouvimos pequenos "não pode" ou que "não conseguimos".

Sempre fomos o gênero que inferiorizam e objetificam – o que gera desprezo, desvalorização. E acaba sendo algo ruim, já que sempre somos vistas como inferiores e frágeis, fato comprovado na ausência de personagens fortes, ao contrário, são papéis superficiais e estereotipados, apontando que os personagens masculinos são mais importantes.

Por isso, filmes como “Mulher Maravilha” acabam sendo uma conquista, embora a personagem principal seja bastante sexualizada na trama, seu empoderamento é destacado. Assim como ela, é urgente que outras personagens sejam heroínas de suas próprias histórias e que os personagens masculinos possam ser mostrados como sensíveis e frágeis. As pessoas não são iguais. Agora você entendeu a importância da representatividade?

Parceria:




Com supervisão de Nicole Almeida, jornalista do Grupo Meon.

Escrito por:
Raisa (Arquivo Pessoal )
Raíssa Victória Marcos | EM Francisca Caloi

Aluna do 9° ano do Ensino Fundamental II da Escola Municipal Professora Francisca de Almeida Caloi, em Guaratinguetá

2 Comentários

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Exclusivo | Comissão Pré-Julgadora

Boleto

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Meon, em Alunos

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.