Uma alucinação ocorre quando a percepção do indivíduo identifica alguma coisa no ambiente, mas que não faz parte da realidade. Pessoas que sofrem desse transtorno psicológico consideram as alucinações bastante reais, mesmo que o objeto, a pessoa, ou o fato alucinado não exista de verdade. Com isso, o problema altera a percepção da realidade, fazendo com que exista a sensação de experiência real de estar vivendo algo que não está acontecendo ou sequer existiu.
De acordo com o site do Hospital Santa Mônica, de São Paulo, é interessante destacar que a alucinação é algo que surge internamente. Assim, a partir das situações apresentadas pela própria mente, o objeto alucinado normalmente é muito nítido, até mais do que o real. Por essa razão, quem sofre com o problema tem certeza do que está sentindo, ouvindo ou até vendo naquele momento.
Existem diferentes tipos de alucinações. Algumas delas podem ser auditivas, olfativas ou táteis:
Alucinação auditiva: Este é o tipo mais comum de alucinação nos esquizofrênicos e se refere à percepção de sons inexistentes. Os pacientes com essa condição ouvem frequentemente vozes os elogiando, criticando ou apenas vozes de pessoas aleatoriamente conversando com eles. A alucinação auditiva é uma característica bem conhecida da doença bipolar e da demência, embora possa se manifestar na ausência dessas doenças. Também pode ocorrer em consequência do falecimento de alguém importante, o que pode conduzir a pessoa a acreditar que ouve a voz do ente falecido.
Alucinação olfativa: Estas alucinações envolvem a percepção de odores que não existem. Os odores são geralmente desagradáveis, tais como, vômito, urina, fezes, fumo ou carne podre. Esta condição também é chamada de fantosmia e pode ocorrer em consequência de dano neurológico no sistema nasal. Às vezes, o problema é causado por um vírus, um trauma, um tumor cerebral ou até por uma grande exposição a drogas ou a substâncias tóxicas. A alucinação olfativa também pode ser causada pela epilepsia.
Alucinação tátil: Ocorre quando uma pessoa sente que está sendo tocada por algo ou alguém, mesmo não tendo nada próximo. Na maioria das vezes, a sensação é de algo que rasteja sobre a pele. Geralmente, essa alucinação está ligada ao abuso de cocaína ou anfetamina.
Relação entre a Covid-19 e as alucinações
Pesquisadores da Universidade La Trobe, localizada na Austrália, revisaram 14 artigos científicos para avaliar o possível impacto da Covid-19 em pessoas que sofrem de alucinações. Há relatos de pacientes que experienciaram alucinações e ouviram vozes.
De fato, a doença causa um efeito a mais em quem tem psicose, tornando a situação arriscada no controle da infecção. A pesquisa foi publicada no periódico Schizophrenia Research e concluiu que o estresse psicológico e social, o contato com o vírus e as condições prévias dessas pessoas podem intensificar a psicose.
A psicose é geralmente desencadeada por situações de estresse psicossociais. No contexto da Covid-19 isso pode incluir estresse relacionado ao isolamento e a situações familiares desafiadoras
Os pesquisadores afirmam que quem sofre desse distúrbio mental pode ter uma forma diferente de assimilar o distanciamento físico. Além disso, suas queixas e necessidades podem não ser levadas em consideração com tanta seriedade.
É importante esclarecer que os sintomas psicóticos gerados pela infecção do coronavírus e pelo isolamento social só são desencadeados em um número muito restrito de pacientes.
Podemos, então, concluir que uma alucinação é quando uma pessoa vê, sente, cheira ou ouve algo que não faz parte da realidade. Além disso, essa psicose pode ser causada ou intensificada por traumas, estresse, problemas cerebrais, substâncias tóxicas e infecções.
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Com supervisão de Nicole Almeida, jornalista do Grupo Meon.
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