De acordo com as enciclopédias “Respeito” é um sentimento que impede uma pessoa de tratar alguém mal, de ser malcriada ou de agir com falta de consideração na maneira como se comporta com os outros; estima, afeição, consideração, reverência. Todavia, observa-se que na sociedade contemporânea essa palavra não é exercida por todos, tendo em vista, a intolerância religiosa presente no cotidiano do país. Levando em consideração que mais da metade dessa intolerância ocorre com religiões de matrizes africanas e indígenas, têm-se que a colonização pode ter sido uma das principais causas para essa problemática que acarreta em vandalismo, mortes e danos morais às pessoas que passam por isso.
Primeiramente, logo quando os portugueses chegaram ao “Novo Mundo”, realizaram a primeira missa entre eles e os nativos, de acordo com cartas da época, como a de Pêro Vaz de Caminha, foi ali que os europeus começaram a acreditar que os índios não possuíam crenças e tradições. Posteriormente, a questão do preconceito e do racismo que os colonizadores praticaram, fez com que as culturas dos indígenas e africanos fossem inferiorizadas com práticas como o eurocentrismo. Segundo o antropólogo Luiz Mott, um dos motivos dos lusitanos para a escravidão de negros e naturais, e do próprio tráfico negreiro foi querer libertar esses povos das “garras do demônio”. Assim sendo, vê-se que essa intolerância religiosa começou muito antes do Brasil ser um país.
Por consequência, essas intransigências ocasionam em vandalismo, assassinato, agressões e destruição de locais usados para cultuar essas diferentes religiões de matrizes africanas e de indígenas. Como exemplo, jornais escreveram sobre um terreiro de candomblé que foi destruído em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense em 2019. Traficantes invadiram o local e obrigaram a sacerdotisa responsável pela casa a destruir objetos. Além disso, a notícia também narra que mais de 200 casas utilizadas para práticas religiosas estão sendo ameaçadas. Este ato mostra como é necessária uma mudança das virtudes morais e éticas da nação.
Em síntese, vistas as problemáticas que contribuem para o estigma associado à intolerância religiosa no Brasil, faz-se necessário projetos sociais para combatê-las. Os cidadãos precisam refletir sobre seus atos, e transmitir para as crianças e jovens toda essa pluralidade de culturas presentes em nossa nação, para assim o respeito sempre prevalecer no Brasil. Como refletiu Nelson Mandela: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar”.
Com supervisão de Yeda Vasconcelos, jornalista do Meon Jovem.
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