Por Inês Ramalho Frison Em Alunos

Irlândes: a fênix das línguas

O uso da língua materna

Foto: Reprodução
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A ilha da Irlanda foi habitada há quase 10000 anos, porém, desde 1922, ela foi dividida entre dois países: República da Irlanda e Irlanda do Norte, que faz parte do Reino Unido. Esta ilha é a “casa” de uma língua que por muito tempo foi proibida de ser usada, como forma de dominar a cultura e organização dos povos nativos.

Como qualquer idioma, o irlândes foi alterado com o decorrer do tempo, entretanto, não é qualquer língua que pode sobreviver a tudo aquilo que esta língua gaélica passou. Entre a perda de mais de 2,3 milhões de falantes por fome e emigração nos séculos XVIII e XIX e ser barrado dos tribunais de lei em 1737, o irlândes se tornou um símbolo de resistência ao imperialismo e opressão britânicos.

O Reino Unido, especialmente a Inglaterra, tem histórico de reprimir povos de usarem suas línguas maternas, especialmente durante sua época imperialista. Olhando a diferença na porcentagem de falantes da Irlanda do Norte para a República da Irlanda, 11% para 39,8%, fica claro o impacto das políticas inglesas na liberdade de expressão de um povo.

Abaixo se encontra a divisão da ilha da Irlanda e a porcentagem de falantes da língua irlandesa por região.

Foto: Reprodução
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Embora a região onde a Irlanda do Norte está, historicamente conhecida como Ulster, tem alguns dialetos próprios da região, os condados de Ulster pertencentes a República da Irlanda (três dos nove) reportam mais pessoas capazes de falar irlândes do que os condados na Irlanda do Norte. A área mais oeste de Ulster é o segundo Gaeltacht mais populoso.

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Gaeltacht é uma palavra em irlandês que é traduzida para “áreas em que a língua irlandesa é usada majoritariamente''. Atualmente há seis áreas consideradas Gaeltacht pelo governo da República e sua população vem diminuindo lentamente. Existem muitos incentivos ao uso diário da língua gaélica em toda a república, mas há um enfoque especial nestas regiões.

Apenas 2% da população tem o irlândes como sua língua materna, porém essas pessoas aprendem inglês. Muitos falantes misturam o irlândes com o inglês por falta de expressões e palavras irlandesas que tem o mesmo significado. Em seu livro, Sociolinguistics in Ireland, Siobhán Ní Laoire afirma que muitos habitantes dos Gaeltacht usam code-switching (mudança entre duas línguas durante a fala) para se comunicar entre si e com pessoas de fora de suas regiões de origem.

Nos últimos anos, jovens irlandeses de centros urbanos, principalmente Dublin, vem procurando mais cursos de irlândes, seja para fins profissionais ou para se conectar com suas raízes. Para eles, a língua é mais do que uma ferramenta de comunicação, é parte da história, cultura e tradição de todo um povo. O irlândes está voltando a ser usado porque seu povo não quer abandonar sua herança, suas origens e o que faz ser quem são.

Com supervisão de Giovana Colela, jornalista do Grupo Meon. 

Escrito por
Ines Frison (Arquivo Pessoal)
Inês Ramalho Frison

1º ano do Ensino Médio - Colégio Embraer Juarez Wanderley - São José dos Campos.

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