Por muito tempo os fãs do homem morcego foram frustrados por não tem uma versão de seu herói que se igualasse a versão de Christopher Nolan ou de Tim Burton nos cinemas. Matt Reeves chegou com muitas promessas e não é segredo para ninguém que sua versão do homem morcego fez sucesso nas telonas apresentando uma Gotham muito parecida com nossa realidade.
Tendo arrecado 258 milhões de dólares em seu fim de semana de estreia e com uma aprovação de 86% no Rotten Tomatoes, The Batman cativa o público com uma Gotham mais sombria, onde o maior inimigo do Morcego é a corrupção enraizada na cidade e um homem, que depois de passar sua vida toda a margem da sociedade, está disposto e trazer toda essa corrupção à tona.
Interpretado pelo brilhante Paul Dano, o vilão principal da trama, Charada, se vira contra as pessoas mais poderosas de Gotham depois de passar anos vivendo sua vida em condições lastimáveis e vendo a cidade se afundar cada vez mais em tráfico e corrupção.
Com um roteiro brilhante Matt Reeves soube trabalhar muito bem os assuntos delicados como a influência e a comoção que as pessoas podem ter por meio das redes sociais, quando, no último ato do filme, Charada revela que seu plano era muito maior do que Bruce pensava e que durante todo aquele tempo ele estava reunindo outras pessoas que pensavam como ele em fóruns da internet para fazer um massacre na cidade, podemos ver algo que, apesar de ser fantasioso, não está longe da realidade.
Nos últimos 10 anos muito se tem falado sobre a apologia à violência e ao que isso pode fazer com a cabeça de um indivíduo. Quem nunca escutou a famosa frase: isso é culpa dos videogames? Até que ponto devemos considerar saudável passar o dia trancado no quarto consumindo conteúdos de violência explícita?
Também não podemos deixar de lado o grande problema de desigualdade social retratado no filme, quando o Charada já preso no Arkham fala para o Batman sobre como foi crescer no orfanato vendo bebês morrerem de frio do inverno, enquanto o órfão Bruce Wayne crescia em uma torre acima da cidade nadando em dinheiro, e em como as pessoas só tinham pena dele, só se lembravam dele e agiam como se as outras crianças fossem invisíveis.
O diretor de “Planeta dos macacos” de 2014 e “Rua Cloverfield 10” de 2016 realmente soube tratar dessas questões sociais com muito respeito e cuidado, já podemos esperar mais pautas a serem trabalhadas na continuação confirmada pela Warner na última semana.
Com supervisão de Yeda Vasconcelos, jornalista do Meon Jovem.
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