SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - No primeiro dia de autorização para a reabertura parcial das escolas na capital paulista, 304 unidades da rede estadual retomaram as atividades presenciais, nesta quarta (7).
No total, subiu de 200 para 904 nos últimos 30 dias o total de escolas reabertas no estado, chegando a 16,4% de toda a rede estadual. Segundo Rossieli Soares, secretário de Educação do governo João Doria (PSDB), a decisão do prefeito Bruno Covas (PSDB) foi importante para influenciar as demais cidades.
"Quando uma cidade como São Paulo toma uma decisão importante, é natural que influencie as demais. Desde o anúncio do Covas [sobre a liberação parcial], quase cem novas cidades também autorizaram a volta", disse.
A retomada parcial das atividades presenciais foi liberada pelo governador João Doria (PSDB) em 8 de setembro. No entanto, houve pouca adesão nesta primeira data já que muitos prefeitos decidiram não seguir o plano estadual. A reabertura só foi liberada em 128 dos 645 municípios paulistas nesse primeiro mês.
Nesta quarta, as 904 escolas foram reabertas em 218 cidades. Na capital, as unidades reabertas podem atender até 50 mil alunos --respeitando o limite de atendimento de 20% das matrículas-- a depender da adesão das famílias.
Covas foi um dos primeiros prefeitos a anunciar que não seguiria o cronograma de Doria, o que causou mal estar na equipe do governador.
Única unidade da prefeitura que aprovou a volta das atividades, a CEI (Centro de Educação Infantil) Bom Jesus, na Penha, zona leste da capital, não reabriu no primeiro dia de liberação. A escola decidiu que só vai receber os alunos às terças e quintas por no máximo 2 horas diárias.
"Queremos uma volta gradual, não um retorno acelerado. Pedimos que, assim como em São Paulo, os prefeitos de outras cidades avaliem a liberação de pelo menos atividades extracurriculares", disse Soares nesta quarta na escola estadual Thomaz Rodrigues Alckmin, no Itaim Paulista. A unidade foi uma das que optou pela reabertura parcial.
Neste primeiro dia de atividades, a escola, que tem 498 alunos de 1º a 5º ano do ensino fundamental, reabriu para 12 estudantes dos dois últimos anos da etapa.
As escolas particulares, que pressionavam prefeito e governador para a retomada das atividades parciais, também iniciaram a reabertura nesta quarta. Segundo o Sieeesp (sindicato das escolas particulares), cerca de 80% dos 4.200 colégios reabriram.
Benjamin Ribeiro, presidente do sindicato, diz que, ainda que pudessem atender 20% dos estudantes matriculados, a maioria das unidades não chegou ao limite imposto pelo município. "Os pais ainda estão apreensivos, receosos. Acredito que esse número vai aumentar aos poucos, quando as famílias se tranquilizarem."
Mesmo sem uma limitação de horário e dias para atendimento aos alunos, a maioria das escolas particulares também decidiu por estabelecer um cronograma mais restrito. O colégio Santa Cruz, no Alto de Pinheiros, na zona oeste, irá atender os estudantes uma vez por semana -e duas vezes para as crianças da educação infantil. A medida foi necessária já que a escola identificou que 60% das famílias tinham interesse em enviar os filhos para as atividades extracurriculares.
Outros colégios como o Santi e Santa Maria também optaram por só receber os alunos uma ou duas vezes por semana. Há ainda modelos, como o da Escola Nossa Senhora das Graças (Gracinha), no Itaim Bibi (zona sul), que optou por deixar a reabertura para o dia 13, e cada turma terá somente dois encontros no mês de outubro, de duas horas.
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