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Dólar fecha em leve queda e termina em R$ 4,09 com exterior e Previdência

O dólar encostou em R$ 4,13 pela manhã desta terça-feira, mas a alta perdeu fôlego e a moeda americana passou a tarde operando perto da estabilidade, tanto no mercado à vista como no futuro. As mesas de câmbio operaram em linha com o exterior, aguardando a reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e monitorando as conversas sobre a reforma da Previdência no Senado, após o pedido de adiantamento da votação ter sido negado. O dólar à vista fechou em leve baixa de 0,07%, a R$ 4,0957.

Dúvidas sobre a tramitação da Previdência em meio a relatos de que o relator do texto, Tasso Jereissati (PSDB-CE), mudou pontos da reforma, o que ele admitiu mais tarde, provocaram certo estresse pela manhã e fizeram o real ser a moeda que mais se enfraqueceu ante o dólar. Na máxima, foi a R$ 4,1296 (+0,75%). Mas a agenda esvaziada no exterior, com os lançamentos de produto da Apple dominando o noticiário, provocou um dia de calmaria no mercado internacional de moedas. O real, que na segunda havia piorado mais que os pares, teve comportamento mais contido.

"As incertezas continuam as mesmas, seja na Europa, na China e no mercado interno", avalia o responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem, ressaltando que o mercado doméstico e o externo pesaram mais cedo para as cotações, mas na parte da tarde o dólar se estabilizou, com os agentes aguardando eventos como a reunião do BCE e novos catalisadores para os preços.

Para o estrategista de moedas do Société Générale, Bertrand Delgado, a moeda brasileira e as de outros países da América Latina podem ganhar alguma força nas próximas semanas, na medida em que o Federal Reserve deve cortar os juros, o que tende a enfraquecer o dólar no mercado internacional. Outro fator que pode ajudar é a perspectiva de avanço nas negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos, que prometeram se reunir em outubro.

Ao mesmo tempo, Delgado alerta que as idas e vindas nas negociações das duas maiores economias do mundo, aliadas a um movimento de busca por segurança, tendem a deixar as moedas da região "voláteis e com um viés de enfraquecimento" nos próximos trimestres. Para o real, o Société afirma estar "pessimista", em meio ao fraco crescimento brasileiro e os problemas fiscais. Pelo lado positivo, as reformas avançam no Brasil e as contas externas estão saudáveis, melhores que outros mercados da região, ressalta ele em relatório.

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