Por Marco Jean
Você já sentiu uma dor tão forte na boca do estômago que mal conseguia ficar em pé e ficou em dúvida se era “só” gastrite ou algo mais sério?
Em muitos casos, o incômodo vem de repente, parece um soco no meio da barriga, às vezes acompanha queimação, arroto, náusea, sensação de estômago cheio ou até falta de ar.
Esse tipo de dor na boca do estômago assusta, faz pensar em infarto, problemas no fígado, na vesícula ou no pâncreas, e é comum buscar respostas na internet antes de procurar um médico.
Como essa região concentra vários órgãos importantes, a investigação exige atenção.
Entender as principais causas ajuda a reconhecer sinais de alerta e a valorizar o momento certo de buscar ajuda profissional.
Dor na boca do estômago: o que é exatamente essa região
A chamada boca do estômago é a parte alta e central do abdômen, logo abaixo do osso do peito. Médicos costumam chamar essa área de região epigástrica.
É ali que muitas pessoas apontam quando descrevem aperto, queimação ou dor em peso, especialmente quando falam em “dor no estômago” de forma genérica.
Quando alguém chega ao consultório dizendo apenas “estou com dor na boca do estômago”, o médico precisa transformar essa frase em informações mais específicas.
Para isso, observa:
Local exato da dor e se ela irradia para peito, costas ou lado direito;
Tipo de dor, se é queimação, aperto, pontada ou peso;
Duração da crise e se é contínua ou se vai e volta;
Relação com alimentação, esforço físico, repouso ou posição do corpo;
Presença de náusea, vômitos, falta de ar, suor frio ou azia.
Duas pessoas podem usar a mesma expressão “dor na boca do estômago” e ter problemas completamente diferentes.
Por isso, detalhes contam muito na consulta e influenciam o tipo de exame que será solicitado.
Causas digestivas mais comuns da dor na boca do estômago
Entre as causas mais frequentes da dor na boca do estômago estão as doenças do estômago e do esôfago.
Na prática, muitos quadros estão ligados a alterações digestivas como:
Gastrite;
Úlcera gástrica ou duodenal;
Doença do refluxo gastroesofágico;
Hérnia de hiato.
Nesses casos, o desconforto costuma ser descrito como queimação ou ardência, às vezes acompanhada de azia e gosto amargo na boca.
Algumas pessoas relatam dor em jejum; outras sentem piora logo após comer, principalmente depois de café, frituras, doces ou alimentos gordurosos.
Alguns fatores favorecem esse tipo de dor na boca do estômago de origem gástrica:
Refeições muito volumosas ou ricas em gordura;
Consumo frequente de bebidas alcoólicas;
Tabagismo;
Uso repetido de anti-inflamatórios e certos analgésicos;
Rotina de estresse intenso e sono irregular.
Quando a dor é recorrente, volta por semanas ou meses e interfere na qualidade de vida, o ideal é buscar avaliação com especialistas em aparelho digestivo.
Esses profissionais conseguem definir se há indicação de endoscopia, necessidade de medicação específica e ajustes de rotina para controlar a inflamação do estômago e do esôfago.
Dor na boca do estômago e risco de infarto
Nem todo infarto se manifesta com aquela dor clássica no centro do peito. Em algumas pessoas, o problema no coração provoca dor que parece localizada na boca do estômago, em aperto forte e profundo, sem melhora significativa com o passar do tempo.
Sinais que aumentam a suspeita de infarto e exigem atenção imediata:
Dor intensa e em aperto na região da boca do estômago ou no peito;
Desconforto que não melhora com repouso, mudança de posição ou analgésico comum;
Falta de ar ou dificuldade para respirar;
Suor frio, palidez, tontura ou sensação de desmaio;
Náusea intensa, mal-estar súbito e sensação de ameaça iminente.
O risco é maior em pessoas com pressão alta, diabetes, colesterol elevado, tabagismo, histórico familiar de infarto e idade mais avançada.
Quando a dor na boca do estômago se encaixa nesse perfil, o caminho mais seguro é procurar atendimento de urgência, mesmo que a pessoa acredite há anos que tem apenas “problema de estômago”.
Fígado, vesícula e pâncreas: dor que confunde com problema de estômago
O fígado, a vesícula biliar e o pâncreas ficam muito próximos da boca do estômago.
Cálculos na vesícula, inflamações ou pancreatite podem causar dor intensa na parte alta do abdômen, às vezes irradiando para as costas, para o lado direito ou para a região das costelas.
Algumas características levantam a suspeita de origem nesses órgãos e não apenas no estômago:
Dor forte após comer alimentos gordurosos ou frituras;
Desconforto que começa na boca do estômago e caminha para o lado direito ou para as costas;
Enjoo e vômitos repetidos, com sensação de estômago travado;
Mal-estar intenso, mesmo com uso de analgésicos comuns;
Sensação de estufamento abdominal associada a dor aguda.
Em alguns quadros, especialmente quando há inflamações graves ou complicações, a equipe médica pode indicar internação e, se necessário, cirurgia do aparelho digestivo para tratar a causa de base e evitar novas crises.
Outras causas possíveis de dor forte na boca do estômago
Nem sempre o foco do problema está no sistema digestivo. Outras estruturas também podem provocar dor percebida nessa mesma região e confundir o paciente:
Alterações na aorta e em grandes vasos do abdômen;
Problemas pulmonares e inflamações na pleura;
Contraturas musculares na parede abdominal ou no tórax;
Alterações na coluna torácica;
Reações a medicamentos que irritam a mucosa gástrica.
Crises de ansiedade e pânico podem intensificar a percepção de dor e causar sensação de aperto na boca do estômago, nó na garganta, respiração curta e incômodo na região do peito.
A avaliação cuidadosa descarta causas orgânicas graves e direciona o tratamento também para o componente emocional quando necessário.
Como descrever a dor na boca do estômago para ajudar o médico
Uma queixa comum de pacientes é ter feito exames, não encontrar alterações importantes e continuar sentindo dor.
Em muitos casos, o desafio está menos na falta de exames e mais na dificuldade de transmitir o quadro com clareza durante a consulta.
Algumas perguntas podem ajudar a organizar o relato e facilitar o diagnóstico:
Quando a dor começou e com que frequência aparece;
Onde exatamente dói e se a dor se espalha para outras áreas;
Se o desconforto é pontada, peso, queimação, ardor ou aperto;
O que piora a dor: comida, jejum, esforço, deitar, caminhar;
O que melhora: determinados alimentos, posição do corpo, remédios específicos;
Quais remédios de uso contínuo são tomados e há quanto tempo.
Chás, remédios caseiros e suplementos: o que considerar
Muitas pessoas relatam alívio parcial da dor com chás de boldo, hortelã, espinheira santa, combinações de folhas e até glutamina em pó, além de iogurte natural e produtos vendidos como auxiliares da digestão.
Em crises leves, ligadas a má digestão ou excesso de gases, alguns desses recursos podem reduzir o desconforto momentaneamente.
O ponto de atenção é que a melhora passageira não garante que a causa seja simples. Um chá pode aliviar a sensação de estômago pesado, mas não resolve pancreatite, infarto ou úlcera sangrante.
O risco é adiar a procura por ajuda médica, ganhando tempo apenas para que o problema avance em silêncio.
Quando a dor na boca do estômago é motivo de urgência
Alguns sinais funcionam como alerta vermelho e indicam a necessidade de avaliação rápida em pronto atendimento:
Dor muito forte que não melhora com o passar das horas;
Dor associada a falta de ar, suor frio, tontura intensa ou desmaio;
Desconforto que irradia para peito, mandíbula, braço esquerdo ou costas;
Vômitos frequentes, sangue no vômito ou fezes muito escuras, com aspecto de piche;
Febre, calafrios e sensação de mal-estar generalizado;
Perda de peso sem explicação aparente;
Histórico de cirurgia bariátrica, uso intenso de anti-inflamatórios ou doenças cardíacas prévias.
Investigação médica e acompanhamento da dor na boca do estômago
Nos casos em que o quadro não é de urgência, a investigação costuma ser feita de forma organizada ao longo de consultas e exames.
Quando a dor é recorrente, principalmente com azia, queimação, arroto azedo e desconforto após refeições, a endoscopia digestiva alta se torna um exame central.
Dependendo dos achados, o médico pode propor:
Ajustes alimentares, com redução de frituras, ultraprocessados, refrigerantes e álcool;
Fracionamento das refeições ao longo do dia;
Uso de medicamentos que reduzem a acidez do estômago ou protegem a mucosa digestiva;
Controle mais cuidadoso de remédios que irritam o estômago;
Tratamento de condições associadas, como obesidade, diabetes e transtornos de ansiedade.
Hábitos diários que ajudam a proteger a região da boca do estômago
Evitar longos períodos em jejum;
Comer em porções menores, mastigando devagar;
Reduzir o consumo de álcool, cigarro e bebidas muito ácidas;
Não se deitar logo após as refeições principais;
Manter o peso dentro de uma faixa saudável, com orientação adequada;
Investir em sono regulado e estratégias de manejo do estresse.
Importância do acompanhamento especializado
A dor na boca do estômago não é um sintoma único, com uma causa padrão.
O mesmo tipo de incômodo pode representar desde uma crise leve de má digestão até um sinal inicial de infarto ou de doença grave em órgãos internos.
Observar detalhes, descrever o que sente com clareza e buscar ajuda qualificada são atitudes essenciais.
Consultas com clínicos, gastroenterologistas e outros especialistas em aparelho digestivo permitem investigar corretamente a origem da dor, orientar exames necessários e propor um plano de cuidado seguro.
Em vez de depender apenas de dicas de internet, remédios por conta própria e receitas caseiras, o mais prudente é tratar a dor na boca do estômago como um alerta do corpo, procurando atendimento médico o quanto antes para identificar a causa real e evitar que o problema evolua para algo mais sério.
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