Brasil

Lula critica prioridade à guerra na Ucrânia

Presidente defende uso do lucro do petróleo para transição energética

Escrito por Maria Júlia da Silva Binotto

07 NOV 2025 - 19H00 (Atualizada em 07 NOV 2025 - 19H53)

WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso contundente nesta sexta-feira (7) durante a abertura do Segundo dia da Cúpula do Clima, em Belém (PA). O petista afirmou que a invasão russa à Ucrânia "reverteu anos de esforços para redução de emissão de gases de efeito estufa", ao desviar recursos cruciais do combate à crise climática.

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Lula criticou a prioridade global dada aos conflitos em detrimento da agenda ambiental.

"Gastaram com armas o dobro do que gastamos com ações climáticas. É pavimentar o caminho para apocalipse climático. Não haverá segurança energética em um mundo consagrado", declarou o presidente.

O evento, que antecede a COP 30, a ser realizada na mesma cidade de 10 a 21 de novembro, foi palco para Lula defender medidas polêmicas para o financiamento da transição energética no Brasil.

Petróleo e Etanol na Transição

O presidente defendeu que parte dos lucros da exploração de petróleo seja direcionada para a transição energética, inclusive com a criação de um fundo nacional.

"Direcionar parte dos lucros com exploração de petróleo para transição energética permanece um caminho válido para os países em desenvolvimento", afirmou, apesar das críticas de ambientalistas sobre a contradição de manter o fomento aos combustíveis fósseis. Lula, no entanto, argumentou que o processo deve ser gradual.

Ele também destacou o papel do Brasil na produção de biocombustíveis, citando o etanol como uma alternativa "eficaz e imediatamente disponível" para a indústria e o transporte.

Pobreza Energética e Dívidas

Lula enfatizou a necessidade de combater a pobreza energética, que afeta 2 bilhões de pessoas sem acesso a combustíveis adequados para cozinhar, principalmente na América Latina, África e Ásia.

Para financiar essa mudança e a transição verde no Sul Global, o presidente defendeu que a solução passa pela troca de dívidas externas impagáveis por financiamento de iniciativas de mitigação climática.

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Por Maria Júlia da Silva Binotto, em Brasil

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