SÃO PAULO,S P (FOLHAPRESS) - Candidato a prefeito de São Paulo, Márcio França (PSB) fez acenos a eleitores de esquerda e de direita durante a sabatina Folha/UOL, nesta terça-feira (3), e disparou ataques contra o rival Guilherme Boulos (PSOL), com quem está tecnicamente empatado em terceiro lugar no Datafolha.
Criticado durante a pré-campanha por ter se encontrado com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), França afirmou que se define como progressista, já que sempre teve "uma vocação para a área social".
A foto com o presidente rendeu ao ex-governador de São Paulo críticas de setores da esquerda. Na sabatina, o candidato disse não se importar com os questionamentos sobre sua posição.
França repetiu o discurso de que convive bem com ideologias diferentes e que dialogará com Bolsonaro se for eleito prefeito. "Acho uma coisa meio 'canseirinha' essa coisa [...]. O fato de o sujeito ser presidente da República ou governador não lhe dá o direito de torcer para que as coisas vão mal", disse.
O ex-governador, que busca angariar o voto anti-Doria na capital, acredita que apoiadores do presidente podem apoiá-lo para brecar as ambições do atual governador paulista na eleição nacional de 2022.
"Seria meio louco falar: 'eu não aceito voto de quem votou em Bolsonaro'", disse. O representante do PSB afirmou contar, por exemplo, com a simpatia de policiais militares e civis, normalmente associados ao bolsonarismo.
Ele diz que a boa relação é herança de ações de prestígio às duas carreiras que ele adotou quando governou o estado.
"A minha vocação sempre foi na área social, o que normalmente se enquadra como progressista. Mas eu não tenho uma tampa nos olhos para não ver algumas coisas que acontecem", acrescentou, emendando alfinetadas em Boulos.
França sugeriu que o adversário do PSOL teria problemas, se eleito, por ser inexperiente em cargos públicos. Isso, segundo ele, pode levar a "problemas contábeis" como os que ocorreram na gestão Dilma Rousseff (PT).
O ex-governador também atacou o rival ao falar do embate que ambos travam desde o debate da Band, no início do mês passado, sobre a questão da violência contra a mulher.
França disse ter visto desonestidade da parte do adversário por ele ter relembrado na TV uma fala do então governador em 2018 em que ele defendeu a tese que a Polícia Militar poderia ser mais eficiente se não tivesse que atender a tantas brigas domésticas.
"É fake news porque eu não falei isso [que a PM não tem que intervir em violência doméstica]", rebateu.
Ele afirmou ainda achar "engraçada a hipocrisia humana" e mencionou um vídeo que voltou a circular no fim de semana em que o candidato do PSOL disse que a polícia não deveria ser chamada em acampamentos sem-teto para resolver problemas, inclusive de violência doméstica.
"Eu vi o Boulos falando que é contra a participação de polícia em briga entre marido e mulher. Nesse caso não tem como ele falar que é fake news, porque ele fala claramente essa história. Qualquer caso de agressão é caso de polícia", afirmou França.
O candidato do PSB foi governador de São Paulo de abril a dezembro de 2018. Assumiu o cargo após Geraldo Alckmin (PSDB) renunciar para concorrer à Presidência. Nas últimas eleições ao governo, obteve mais de 10 milhões de votos paulistas, mas perdeu a disputa para Doria.
Também foi eleito prefeito de São Vicente, no litoral de São Paulo, por duas vezes, em 1996 e em 2000.
Às 15h, o convidado da sabatina Folha/UOL será Eduardo Bandeira de Mello, candidato da Rede à Prefeitura do Rio de Janeiro. Administrador e dirigente esportivo, ele foi presidente do Flamengo de 2013 a 2018.
As entrevistas podem ser acompanhadas no site do UOL e da Folha e também nas redes sociais Facebook e YouTube.
Boleto
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.