A Operação Carbono Oculto, deflagrada nesta quinta-feira (28) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo em conjunto com a Receita Federal, tem como principal alvo o empresário Mohamad Hussein Mourad, apontado como o epicentro de um esquema bilionário de fraude fiscal e lavagem de dinheiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo as investigações, Mourad, conhecido como “Primo” ou “João”, estruturou um complexo sistema empresarial que controlava toda a cadeia de combustíveis, incluindo importação de insumos, usinas, distribuidoras, transportadoras, postos de combustíveis e empresas de fachada usadas para ocultação de patrimônio. Ao lado dele, Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, também foi apontado como operador central do esquema, que teria movimentado bilhões de reais e causado prejuízos fiscais estimados em R$ 7,6 bilhões.
A investigação revelou que Mourad utilizava as empresas Copape, responsável pela formulação de combustíveis, e Aster, distribuidora do grupo, para inflar preços artificialmente e gerar créditos tributários indevidos.
Com esse sistema, a organização conseguiu construir uma rede que incluía mais de 1.000 postos de combustíveis em 10 estados brasileiros, além de investimentos em fazendas, imóveis de luxo, terminais portuários e uma frota de 1.600 caminhões. Para dificultar o rastreio do dinheiro ilícito, o grupo criou 40 fundos de investimento avaliados em R$ 30 bilhões, muitos com um único cotista, usados como instrumentos de blindagem patrimonial.
A força-tarefa também identificou instituições financeiras que atuavam como “bancos paralelos” do PCC, como a BK Instituição de Pagamento, a Bankrow e fundos como Reag DTVM, Trustee DTVM, Altinvest, Banvox e Libertas, que movimentavam valores milionários por meio de contas não rastreáveis.
Além disso, empresas como GGX Global Participações, responsável por mais de 100 postos de combustíveis, e distribuidoras Rede Sol Fuel e Duvale foram citadas como parte do ecossistema de lavagem de dinheiro. O esquema envolvia notas fiscais falsas, empresas de fachada e movimentações financeiras em múltiplas camadas para burlar a fiscalização e sustentar a facção criminosa.
A operação mobiliza 1.400 agentes em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, cumprindo mais de 350 mandados de busca e apreensão. Segundo a Receita Federal, entre 2020 e 2024, os postos controlados pelo grupo movimentaram R$ 52 bilhões, enquanto cerca de 140 unidades sequer operavam comercialmente, mas receberam R$ 2 bilhões em notas frias.
As autoridades afirmam que esta é uma das maiores investigações já realizadas no setor de combustíveis, revelando a influência do PCC em um esquema que não apenas drenava recursos públicos, mas também consolidava o controle da facção no mercado. Mourad, “Beto Louco” e outros investigados devem responder por lavagem de dinheiro, fraude fiscal, falsidade ideológica, estelionato e organização criminosa.
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