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Vacina HPV será aplicada em dose única no Brasil

Anúncio foi feito pela ministra Nísia Trindade

Escrito por Meon

02 ABR 2024 - 12H26

Tomaz Silva/Agência Brasil

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou que a vacina contra o HPV, um vírus associado a mais de 90% dos casos de câncer de colo do útero, será aplicada em dose única no Sistema Único de Saúde (SUS).

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A recomendação é para um público específico: crianças e adolescentes de 9 a 14 anos. Imunossuprimidos e vítimas de violência sexual, que também podem receber a vacina na rede pública, continuem com o esquema anterior (até três doses).

Além disso, o ministério orientou estados e municípios a fazerem uma busca ativa para jovens de até 19 anos que não receberam nenhuma dose do imunizante para que possam atualizar a vacinação.

A nota técnica do ministério incluiu um novo grupo no Programa Nacional de Imunizações (PNI): pessoas portadoras de papilomatose respiratória recorrente (PPR), de qualquer idade.

Podem se vacinar de forma gratuita pelo SUS:

-Meninas e meninos de 9 a 14 anos

-Pessoas de 9 a 45 anos em condições clínicas especiais, como as que vivem com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos (imunossuprimidos)

-Vítimas de abuso sexual

-Pessoas portadoras de papilomatose respiratória recorrente (PPR)

A segue decisão uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) feita em 2022. Na ocasião, os especialistas revisaram evidências de eficácia de duas ou três doses nos esquemas recomendados e concluíram que uma dose da vacina já oferecia uma proteção significativa contra o HPV.

Segundo a OMS, a adaptação do esquema de dose única para a faixa etária de 9 a 20 anos pode auxiliar no aumento da cobertura vacinal, na inclusão de outros públicos prioritários e na facilitação da introdução da vacina contra o HPV em programas de imunizações nos países de média e baixa renda. No Brasil, a adesão segue abaixo da meta.

Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), explica que vários estudos vêm acompanhando mulheres que receberam uma dose da vacina com mulheres que receberam duas ou três e os dados são robustos.

O HPV é responsável por 99% dos casos de câncer de colo do útero, o terceiro mais frequente entre as mulheres no Brasil, sem considerar os tumores de pele não melanoma. Atualmente, o câncer do colo do útero é considerado passível de erradicação, por meio da vacinação, rastreamento e tratamento das lesões.

"Seguimos na meta de eliminação do câncer de colo do útero. É possível, através da vacinação e do rastreamento das mulheres, eliminar um câncer através da vacinação, principalmente", ressalta Renato Kfouri.

Se a vacina é importante para o câncer de colo do útero, por que vacinar também os meninos? A proteção se estende para outros tipos, como o câncer de pênis, ânus, orofaringe, vagina e vulva. Além disso, vacinando o público masculino, conseguiu interromper a cadeia de transmissão.

Estima-se que mais de 80% das pessoas serão infectadas pelo vírus HPV, que é altamente contagioso, em algum momento da vida, mas isso não significa que toda infecção vira câncer. Dados do Ministério da Saúde apontam que o HPV atinge 54,4% das mulheres que já iniciaram a vida sexual e 41,6% dos homens.

São cerca de 200 tipos de vírus descritos, alguns que infectam a região ano-genital, e cerca de 20 apresentam potencial de desenvolver certos tipos de câncer.

“A vacina quadrivalente que não temos no SUS protege contra quatro tipos de vírus: 6 e 11, que são responsáveis ​​por 90% dos condilomas acuminados, ou verrugas, são lesões totalmente benignas; e 16 e 18, que são os vírus que provocam quase 70 % dos casos de câncer de colo uterino", explica Neila Speck, presidente da Comissão Nacional Especializada no Trato Genital Inferior da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

A rede privada já tem disponível uma vacina nonavalente, que protege contra mais cinco tipos de vírus: 31, 33, 45, 52 e 58, aumentando a proteção em quase 90% dos cânceres de colo uterino.

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