Nos últimos meses, um pequeno grupo fica permanentemente em frente ao Parlamento britânico, em Westminster para protestar contra o Brexit. Há também manifestantes favoráveis à saída do Reino Unido da União Europeia, programada para ocorrer em 31 de outubro, mas a quantidade de bandeiras do bloco são maioria. Hoje, 200 pessoas estão posicionadas nesta terça-feira, 3, em frente ao Legislativo para demonstrar sua insatisfação.
O motivo é o risco anúncio de suspensão do Parlamento pelo primeiro-ministro Boris Johnson até outubro. A população local tem sido bastante atuante em relação ao futuro do país, que pode passar com o divórcio por um dos períodos de maior ruptura da história recente.
O plebiscito de junho de 2016 levou à vitória do Brexit por 52% dos votos a favor e 48% contra. Na ocasião, a imigração estava no topo da lista das maiores preocupações dos britânicos e a consulta pública ocorreu em meio a uma série de informações polêmicas, muitas delas apontadas como fake news.
Imigração perde espaço no debate público
Hoje, o NHS (o serviço público de saúde que é orgulho nacional) e a Educação estão nas duas primeiras colocações. A imigração passou para a quarta posição.
Não à toa, Johnson citou essas duas áreas na segunda-feira em seu discurso, onde reafirmou sua intenção de levar o Brexit a cabo em 31 de outubro, sem "ses" e sem "mas".
Ele também invocou os deputados a não adiarem o divórcio e rechaçou a possibilidade de eleições antecipadas - discurso que teria mudado nesta terça, ainda nos bastidores, caso os deputados contrários a uma separação sem acordo tenham êxito em sua atuação nesta terça-feira no Parlamento.
Johnson e seus blefes
O primeiro-ministro afirmou na segunda-feira, 2, também que avanços têm sido feitos nas negociações com Bruxelas, mas não citou quais. Para alguns, trata-se de um blefe para evitar que deputados atuem contra seus planos.
Para outros, o blefe maior é o de que fará um divórcio a qualquer custo, mesmo que não haja um acordo entre as partes. Até o momento, é difícil decifrar qual é a interpretação mais verossímil.
Para não pagar para ver, os mercados operam de forma tensa nesta terça em Londres e contaminam outras praças de negócios europeias.
A libra bateu as mínimas desde outubro de 2016 na manhã desta terça e os juros dos Gilts, os títulos soberanos com vencimento de 10 anos, atingiram o menor porcentual da história.
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