Uma pesquisa conduzida na Suécia sugere que o uso de determinados antidepressivos pode acelerar a progressão da demência em idosos. O estudo analisou dados de aproximadamente 19 mil pacientes e revelou que os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), como o escitalopram, podem estar associados a um agravamento da deterioração cognitiva.
Embora estudos anteriores tenham apontado possíveis benefícios dos antidepressivos na redução de biomarcadores da demência, os resultados ainda eram inconsistentes. Agora, os pesquisadores destacam que esses medicamentos costumam ser prescritos para tratar sintomas que podem ser confundidos com a depressão, mas que, na verdade, são manifestações iniciais da própria demência.
Impacto do uso de antidepressivos
A pesquisa acompanhou pacientes recém-diagnosticados com demência, que receberam prescrição de antidepressivos até seis meses antes do diagnóstico. Durante o período de monitoramento, realizado entre 2007 e 2018, foram feitas avaliações periódicas da função cognitiva dos participantes. Os dados apontaram que os ISRS foram os antidepressivos mais prescritos, sendo utilizados por cerca de 60% dos pacientes.
Os resultados indicam que doses mais elevadas desses medicamentos podem estar relacionadas ao agravamento dos sintomas da demência, incluindo um aumento na incidência de casos mais severos da doença. Além disso, o estudo aponta um risco maior de fraturas e mortalidade entre os pacientes que fizeram uso prolongado dessa classe de antidepressivos.
No entanto, os próprios autores alertam para as limitações da pesquisa. O estudo não pode confirmar que os ISRS são a causa direta do declínio cognitivo, já que fatores individuais, como a gravidade da doença em cada paciente, também podem influenciar na progressão da demência.
Diagnóstico preciso e tratamentos alternativos
Para evitar diagnósticos equivocados e garantir um tratamento adequado, especialistas recomendam avaliações neuropsicológicas detalhadas. No Brasil, o diagnóstico da demência é predominantemente clínico e pode ser complementado por exames laboratoriais, ressonância magnética e testes de espectroscopia, que ajudam a identificar proteínas associadas à doença.
O tratamento da demência envolve tanto abordagens farmacológicas quanto não medicamentosas. Entre os medicamentos, os anticolinesterásicos ajudam a retardar a progressão da doença. Mais recentemente, os antiamiloides, aprovados nos Estados Unidos entre 2021 e 2024, surgiram como uma nova alternativa, embora ainda não estejam disponíveis no Brasil.
Já as estratégias não medicamentosas incluem a prática de atividades físicas, alimentação balanceada e reabilitação cognitiva com apoio de profissionais como terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e fisioterapeutas.
Outras pesquisas sobre o tema
Um estudo publicado na revista Alzheimer’s & Dementia acompanhou 5,5 mil holandeses por mais de dez anos e analisou o impacto dos antidepressivos na cognição. Os pesquisadores concluíram que os antidepressivos tricíclicos demonstraram um leve aumento na neurodegeneração em comparação aos ISRS, mas não encontraram evidências suficientes para associar essas medicações a um risco maior de demência ou atrofia cerebral.
Já uma revisão sistemática realizada por pesquisadores da Alemanha e da Suíça, divulgada no último ano, analisou mais de 27 mil estudos científicos sobre o tema. O levantamento concluiu que os antidepressivos não apresentam efeitos positivos na qualidade de vida ou na funcionalidade de pacientes idosos com demência.
Com esses novos achados, especialistas reforçam a importância de um diagnóstico criterioso e individualizado para evitar o uso inadequado de antidepressivos em pacientes com risco de demência.
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