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Bolívia realiza segundo turno das eleições

Pleito é histórico por não ter a esquerda depois de 20 anos

Escrito por Meon

18 OUT 2025 - 09H00

AIZAR RALDES/AFP via Getty Images

A Bolívia vai às urnas neste domingo (19) para um segundo turno presidencial inédito, que deve marcar o fim de uma era política na América Latina. Pela primeira vez em quase duas décadas, o Movimento ao Socialismo (MAS) — partido fundado pelo ex-presidente Evo Morales — ficará fora da disputa final.

O MAS sofreu uma derrota histórica no primeiro turno, realizado em agosto, obtendo menos de 4% dos votos com o candidato Eduardo del Castillo, apoiado pelo atual presidente Luis Arce. O melhor desempenho da esquerda veio de Andrónico Rodríguez, aliado de Evo, que somou 8,15% dos votos.

A eleição será disputada entre o senador Rodrigo Paz Pereira (Partido Democrata Cristão) e o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga (Aliança Livre). Considerado centrista, Paz Pereira liderou o primeiro turno com 32,08%, seguido de Tuto, mais alinhado à direita conservadora, com 26,94%.

O resultado das urnas representa o encerramento do ciclo do MAS, que dominou a política boliviana por quase 20 anos. Sob Evo Morales, o país viveu forte crescimento econômico impulsionado pela exportação de gás natural, especialmente ao Brasil e à Argentina, com média de 5% de expansão anual na década de 2010.

Mas a atual crise, marcada por inflação alta e escassez de dólares, corroeu a popularidade do partido. Segundo o jornalista boliviano Fernando Molina, autor de Las cuatro crisis, o MAS vive um processo de “autodestruição política”.

“A divisão entre os grupos de Evo e Arce foi a pá de cal no legado do movimento”, afirmou Molina.

De um lado, Evo Morales, impedido de concorrer por decisão judicial, pediu aos eleitores que votem branco ou nulo em protesto. Do outro, Luis Arce, seu antigo aliado e agora rival, tornou-se um dos presidentes mais impopulares da história recente, e sequer tentou a reeleição.

A disputa entre Paz Pereira e Quiroga simboliza uma guinada política no país andino, que busca estabilidade após uma década marcada por instabilidade, renúncias e polarização.

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