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Presidência do Chile está entre esquerda e ultradireita

Jeannette Jara e Jose Kast farão 2º turno

Escrito por Rubens Baracho

17 NOV 2025 - 00H04

Reprodução/X

O Chile definirá seu futuro político em um segundo turno marcado pela forte polarização. A candidata comunista Jeannette Jara e o ultradireitista José Antonio Kast avançaram para a próxima etapa da eleição presidencial, marcada para 14 de dezembro. Mais de 11 milhões de eleitores foram às urnas neste domingo (16), na primeira eleição presidencial com voto obrigatório desde 2012.

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Com mais de 80% das urnas apuradas por volta das 21h25, Jara liderava com 26,71% dos votos, seguida de Kast, com 24,12%. Além da escolha presidencial, os chilenos também elegeram deputados e senadores.

A disputa ocorre em meio a um cenário de crescente preocupação com a segurança pública. O país viu o índice de homicídios por 100 mil habitantes quase triplicar entre 2015 e 2024, avanço atribuído tanto ao aumento da migração venezuelana quanto à presença de organizações criminosas, como a gangue Trem de Arágua. O tema dominou o debate eleitoral e impulsionou propostas mais duras, especialmente no campo da direita.

Propostas e perfil dos candidatos

Jeannette Jara, 51 anos, representa a coalizão governista e é a primeira candidata comunista desde o retorno da democracia ao Chile. Ministra reconhecida do governo Boric — responsável por leis como a jornada de 40 horas e o aumento do salário mínimo — ela se afastou do atual presidente durante a campanha, destacando diferenças de estilo e prioridades. Jara promete ampliar reformas sociais e reforçar políticas de bem-estar, sem foco em cortes de gastos.

Kast, por sua vez, disputa a Presidência pela terceira vez. Fundador do Partido Republicano, ele consolidou sua campanha em propostas rígidas contra o crime e na defesa de políticas conservadoras. A expectativa é que receba a maior parte dos votos dos candidatos derrotados da direita.

Apoios movimentam o segundo turno

Logo após o resultado, Kast recebeu o apoio público de Evelyn Matthei, candidata de centro-direita, que reconheceu a derrota e declarou que seu objetivo agora é ajudar a "resolver os problemas não enfrentados pelo governo de Gabriel Boric". O libertário Johannes Kaiser também anunciou apoio imediato ao candidato ultradireitista.

Do lado da esquerda, Jara agradeceu aos eleitores e pediu unidade. A candidata ressaltou propostas de outros concorrentes, especialmente na área da saúde, e defendeu uma “mensagem de esperança e futuro”.

Momento decisivo

O presidente Gabriel Boric parabenizou os dois finalistas e pediu um debate de “altura de visão” no segundo turno. Pesquisas divulgadas ao longo do primeiro turno indicam vantagem da direita em todos os cenários, o que torna a campanha de Jara especialmente desafiadora.

Quem vencer assumirá a Presidência do Chile em 11 de março de 2026.

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Por Rubens Baracho, em Mundo

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