Em um momento crítico, Israel, o movimento palestino Hamas e os Estados Unidos retomaram nesta segunda-feira (6) negociações formais no Egito, em busca de um acordo que possa por fim a mais de dois anos de conflito na Faixa de Gaza. As conversas ocorrem à beira do segundo aniversário da crise que eclodiu em 7 de outubro de 2023, marcada por ataques, bombardeios e uma grave crise humanitária.
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Os termos em disputa
Na essência, o plano empenhado pelos EUA propõe um cessar-fogo imediato, a libertação de prisioneiros e reféns, a retirada gradual das tropas israelenses e a criação de um governo transitório na Faixa de Gaza, administrado por tecnocratas sob supervisão internacional. Israel já expressou adesão ao plano, enquanto Hamás sinalizou aceitação parcial — principalmente no ponto da libertação de reféns —, mas condiciona sua ratificação à renegociação de aspectos como o cronograma de retirada israelense e as garantias de segurança para seus membros.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fixou um prazo para que Hamás responda ao plano de 20 pontos até domingo e advertiu que sua rejeição resultaria em “consequências severas”. Por outro lado, Hamás declarou estar disposto a liberar todos os reféns (vivos e mortos) como gesto de boa fé, mas afirma que é imprescindível negociar os detalhes do acordo antes de dar luz verde.
Desafios e controvérsias
Mesmo se um cessar-fogo for decretado, a aplicação prática do plano exige soluções complexas:
- O controle sob a segurança será um ponto sensível: a presença internacional na supervisão do governo transitório pode ser vista por Hamás como uma interferência excessiva.
- A retirada das tropas israelenses, especialmente em áreas densamente povoadas ou estratégicas, requer garantias logísticas para evitar novos confrontos.
- A reconstrução de Gaza, duramente afetada por bombardeios e bloqueios, dependerá de amplo apoio internacional para reabilitar infraestrutura — água, saneamento, energia elétrica — e prover assistência humanitária urgente.
- A viabilidade política de um Estado palestino futuro permanece uma incógnita: o plano americano evita estabelecer esse reconhecimento imediato, preferindo deixar para uma fase posterior, caso condições prévias sejam atendidas.
Além disso, grupos da sociedade civil e organismos de direitos humanos apontam que já há denúncias de mortes, deslocamentos forçados e restrições severas ao acesso de alimentos e medicamentos em Gaza, o que reforça a urgência de acordos que incluam salvaguardas humanitárias.
Cenário geopolítico e influência regional
O Egito atua como mediador central nas conversações, dada sua proximidade com Gaza e papel diplomático tradicional na região. Outros países, como Catar, Turquia e nações árabes, também podem desempenhar papéis de ponte entre as partes. Hamás já indicou que negociadores desses países devem participar das tratativas para definir os pormenores do acordo.
Se o plano for consolidado, haverá forte pressão internacional para que o Conselho de Segurança da ONU e outras instâncias validem um arranjo que garanta segurança e validade jurídica aos compromissos. A Conferência de Paz em Gaza, prevista para junho de 2025, visou preparar um consenso internacional para o pós-conflito, mas muitos dos pontos estruturais ainda dependem de ações concretas no terreno.
Possíveis desdobramentos
- Se Hamás aceitar integralmente os termos, pode haver um rompimento com sua linha histórica de resistência armada, e isso exigiria concessões ideológicas e operacionais profundas.
- Caso rejeite o plano, Israel pode retomar a ofensiva militar, o que provavelmente resultará em nova escalada de violência e aumento das vítimas civis.
- O acordo, se bem-sucedido, poderá abrir caminho para negociações futuras que eventualmente conduzam à solução de dois Estados — embora não exista consenso imediato sobre essa meta.
Conclusão
As negociações de paz entre Israel, Hamás e os EUA surgem como uma possibilidade concreta de cessar o ciclo de violência em Gaza, mas o êxito depende da disposição real de cada lado em ceder — especialmente nas cláusulas que envolvem segurança, controle territorial e legitimidade política. Para muitos analistas, trata-se de uma janela de oportunidade, talvez a mais promissora em anos — mas também a mais frágil, em que qualquer deslize pode encerrar-se em fracasso.
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