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Sinais de rádio do objeto 3I/ATLAS reacendem debate sobre sua origem e natureza

Os astrônomos podem dizer que o cometa está ativo

Escrito por Rubens Baracho

11 NOV 2025 - 14H54 (Atualizada em 11 NOV 2025 - 15H57)

Observatório Internacional Gemini/NOIRLab/NSF/AURA/Shadow the Scientist - Processamento de imagem: J. Miller e M. Rodriguez

Astrônomos obtiveram recentemente evidências de sinais de rádio associados ao cometa interestelar 3I/ATLAS — um achado que, embora não confirme teorias mais espetaculares, oferece uma nova janela para entender esse visitante cósmico.

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O radiotelescópio MeerKAT, localizado na África do Sul, detectou no fim de outubro linhas de absorção no espectro de rádio do 3I/ATLAS nas frequências de 1,665 GHz e 1,667 GHz — valores característicos de moléculas de hidroxila (OH), formadas quando o gelo liberado do cometa reage com a radiação solar. Essas detecções sugerem que o objeto apresenta atividade típica de um cometa, com sublimação de gelo, liberação de gases e poeira.

O fenômeno marca a primeira vez que um objeto proveniente de fora do Sistema Solar manifesta esse tipo de sinal de rádio, indicando a presença de processos químicos semelhantes aos dos cometas conhecidos. A observação permite compreender melhor a composição de 3I/ATLAS — inclusive sobre a presença de água — e reforça a hipótese de que ele seja um corpo natural e não artificial.

Ainda assim, a trajetória e o comportamento do 3I/ATLAS continuam a intrigar os pesquisadores. O objeto exibe uma aceleração não totalmente explicada pela gravidade solar e mudanças incomuns de cor e brilho. Essas anomalias levantaram discussões sobre possíveis particularidades físicas ou químicas ainda desconhecidas.

Cientistas enfatizam, no entanto, que o sinal captado não tem relação com transmissões inteligentes. Trata-se de uma emissão natural associada à composição química do corpo. A recomendação é que o estudo siga com cautela e foco científico, sem espaço para interpretações precipitadas.

O 3I/ATLAS continuará sendo monitorado por telescópios de rádio e ópticos nos próximos meses. Em 2026, há expectativa de uma aproximação com Júpiter, o que pode permitir novas observações e dados mais precisos sobre sua estrutura e origem.

A descoberta reforça o interesse crescente pelos objetos interestelares — corpos que viajam entre estrelas e, eventualmente, cruzam o Sistema Solar. Mais do que um mistério, o 3I/ATLAS representa uma oportunidade única para investigar os processos que moldam a matéria em diferentes regiões da galáxia.

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Por Rubens Baracho, em Mundo

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