RMVale

Cesta básica teve aumento de preço maior que o da inflação

No mês passado, produtos básicos, como pão e açúcar, ficaram mais caros na RMVale

Escrito por Ana Lígia Dal Bello

08 JUL 2021 - 20H34 (Atualizada em 08 JUL 2021 - 22H34)

Arquivo/Agência Brasil

A cesta básica de junho teve aumento de 0,58% na região, em relação à do mês de maio, segundo estudo mensal do Nupes (Núcleo de Pesquisas Econômico-Sociais), da Unitau (Universidade de Taubaté).

Em maio, a cesta que já havia aumentado de preço em 1,76%, e que chegou a custar R$ 2.066,39, passou a custar R$2.078,56 no mês seguinte, principalmente por causa do aumento dos custos de produção, já que foi difícil para os produtores do setor alimentício conseguir matéria-prima.

A cesta básica está ainda mais cara que a inflação. A média da inflação nos últimos meses está em cerca de 8%, a maior desde 2016; o preço da cesta aumentou 18%, enquanto o salário mínimo teve reajuste de apenas 5%. Isto significa que o aumento da cesta foi três vezes maior que o do salário mínimo.

Caçapava é a cidade com o maior preço, R$ 2.147,34, enquanto em Taubaté, único município com variação negativa (-41%), a cesta custa R$ 2.019,20. Isto é um pouco menos do que os preços de São José (R$ 2.020,46) e Campos do Jordão (R$ 2.127,23).

A variação de preço impacta diretamente o bolso do consumidor. “O meu poder aquisitivo caiu mais ou menos uns 30%, comparando o que eu consumia com o que consumo hoje, em termos de qualidade de produtos. Quantidade também, o que eu comprava toda semana, tenho comprado a cada uma ou duas semanas. Está bem complicado, viu?”, relatou a professora de História, Karen Assis, de 41 anos.

“Tudo subiu, carne, cesta básica, produtos de limpeza, produtos pessoais, como absorvente. É uma porcentagem bem grande do salário que fica com comida, com gastos no supermercado”, concluiu a educadora.

Segundo o economista do Nupes, doutor Edson Trajano, a alta dos produtos básicos na região foi puxada pelos seguintes grupos:

Pão e trigo – provocada pela escassez de trigo no mercado internacional. "O Brasil exporta dois terços do item consumido mundialmente. Também houve aumento do preço da energia, o que deixa o custo de produção mais elevado”, explicou o pesquisador.

Açúcar e doces – “Estamos enfrentando uma seca muito intensa em São Paulo, isso reduziu a oferta de cana, que também é utilizada na produção de etanol”. A consequência disso é ter de escolher entre produzir etanol e açúcar. “Estão optando por fabricar mais etanol”, continuou.

Leite e derivados - “Todos os anos, o inverno tem seca. Neste ano, a seca está durando mais, o que piora muito a qualidade das pastagens, então o pecuarista precisa dar mais ração à base de milho para o gado”, o que aumenta não só o preço do leite, queijo, iogurtes etc., como também o do milho. 

A recomendação aos consumidores continua pesquisar antes de comprar. “Com a pandemia, não dá para circular de mercado em mercado, o melhor é comparar panfletos, até mesmo digitais, e aproveitar as ofertas. Em Taubaté, por exemplo, toda quarta-feira tem promoções”, sugeriu o economista do Nupes.

“A boa notícia, para não deixar o consumidor tão abalado, é que os hortifrúti, como tomate e batata, estão mais baratos. Houve uma colheita melhor, e até o arroz, que foi o grande vilão em 2020, teve boa oferta após a safra de março de 2021”, concluiu o professor Trajano.

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Ana Lígia Dal Bello, em RMVale

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.