Durante período eleitoral, escola também é lugar para aprender política
Flávio Pereira/Meon
A proximidade das eleições para presidente, governador, senadores e deputados é uma ótima oportunidade para que temas relacionados à política sejam abordados dentro de sala de aula.
Com o debate esquentando cada vez mais, a hora é de aproveitar a repercussão da disputa eleitoral para transformar a escola em um ambiente de aprendizado político e confronto de diferentes planos de governo.
Em São José dos Campos, o professor de sociologia Rafael Nunes Tercini, do Colégio COC, realiza um trabalho de conscientização política com os alunos do primeiro e segundo anos do Ensino Médio. Durante o projeto, cada grupo escolhe três candidatos para ir atrás de informações como plano de governo, histórico e quais as atribuições de cada um previstas na Constituição.
"O final do trabalho vai ser um debate de propostas e posicionamento político no qual cada um dos grupos vai defender os seus candidatos. O mais importante é passar para os estudantes o que cabe a cada cargo, qual a rotina de trabalho dos políticos e como participar mais ativamente da vida política da cidade e da região", afirma o professor.
Desde o início da corrida eleitoral, as aulas do professor se transformaram em um espaço para a pesquisa, troca de ideias e debate sobre as notícias publicadas neste período que precede as eleições.
Se o papel dos alunos é estar atento ao que permeia o noticiário político no período eleitoral, cabe ao professor tomar o papel de mediador dos debates durante as aulas. "Isso significa trazer elementos interessantes para a conversa, sugerir assuntos e 'provocar' um pouco os alunos para que haja uma reflexão mais profunda sobre as questões eleitorais e partidárias", diz.
O professor afirma que, em pouco tempo de projeto, o interesse dos alunos pelo assunto já começou a aumentar. "O que eles me dizem é que conversam em casa sobre política e entendem melhor as notícias que falam da campanha eleitoral", diz.
Padronização
O professor universitário e cientista político Fábio Ricci, de Taubaté, defende a realização de um material padronizado pela Delegacia de Ensino. De acordo com o especialista, a formulação de uma proposta pedagógica unificada para a rede pública de ensino é a melhor forma para que as eleições sejam realmente aproveitadas como oportunidade de inserir noções de política dentro da sala de aula.
Ricci afirma que os temas poderiam ser abordados de maneira transdisciplinar, ou seja, envolvendo diferentes disciplinas na mesma temática das eleições.
"Teríamos aulas de matemática, história, geografia, português, tudo interligado com o tema das eleições. Infelizmente, o que vemos hoje é que, sem a padronização dessa política de ensino, fica a cargo de alguns professores entusiastas implementarem o tema para suas turmas, o que acaba privilegiando apenas alguns alunos", afirma.
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