Por Marcus Alvarenga Em RMVale

Desvende os mitos e as verdades do teste do bafômetro

Vinagre, antisséptico bucal ou chocolate não livram nenhum motorista

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Fiscalização acontece com frequências nas cidades da RMVale e Litoral Norte

Divulgação/Detran-SP

Se você é daqueles que se acha o “espertão” e ainda insiste em dirigir após beber, não adianta tentar driblar o bafômetro com várias dicas furadas que rolam na internet. Todas as falsas “soluções” não passam de mitos e o Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo separou alguns itens para te ajudar a entender que bebida e volante não combinam.

As últimas operações da Lei Seca na região flagraram seis motoristas embriagados em Cruzeiro e outros dez em São José dos Campos. Em janeiro, foram registrados dois acidentes com motorista alcoolizados nas regiões norte e sul de São José. 

Nenhum destes produtos (vinagre, antisséptico bucal, refrigerante, chocolate e outros) interfere no resultado do bafômetro, como é popularmente conhecido o teste do etilômetro. O aparelho é capaz de detectar a presença de álcool no organismo mesmo se a medição for realizada imediatamente após o motorista ter consumido alimentos como bombom com licor ou usado antisséptico bucal que contenha álcool na formulação.

Nesses casos, se a pessoa não tiver realmente ingerido bebida alcoólica e tiver receio do resultado por ter feito uso desse tipo de produto, a orientação é que o cidadão informe o fato à autoridade de trânsito no momento da abordagem. Dessa forma, o condutor pode pedir para fazer um novo exame, caso o primeiro dê positivo.

Um dos boatos que circulam nas redes sociais é que supostamente tomar vinagre depois de ingerir bebida alcoólica livra a pessoa de um possível resultado positivo no teste do etilômetro.

“O bafômetro mede o álcool ingerido que passou para a circulação sanguínea e, posteriormente, é exalado dos pulmões para o ar. O vinagre não consegue interferir no etanol exalado para o ar, provindo dos pulmões do motorista”, explica a hepatologista Marta Deguti, do Centro de Gastroenterologia do Hospital 9 de Julho. Na realidade, se o vinagre contiver álcool, isso pode até agravar o resultado positivo do teste.

Outro “truque” que ganhou fama recente na internet é o Metadoxil (piridoxina ou vitamina B6), um medicamento que acelera a metabolização do álcool do fígado e é mais utilizado no tratamento de alcoolismo e alterações hepáticas. “Mas ele não interfere na concentração do álcool que está no sangue ou que é exalado e medido no bafômetro”, rebate a médica.

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Recusa
Nas blitzes é comum os motoristas se negarem a fazer o teste do bafômetro. porém, não se submeter ao exame também é uma infração. Quem se recusa a soprar o aparelho também é multado em R$ 2.934,70 e notificado a responder processo de suspensão do direito de dirigir pelo período de um ano.

Além disso, caso o perito ou agente fiscalizador identifique que a pessoa não está apta a dirigir, o cidadão pode responder também por crime de trânsito. A pena é de seis meses a três anos de prisão.

Em todos os casos, os condutores autuados pela Lei Seca têm direito à defesa em três instâncias antes da conclusão do processo de suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Quem for reincidente nesse tipo de infração em um período de 12 meses é multado em R$ 5.869,40 e responde a processo de cassação do direito de dirigir por dois anos.

“As pessoas precisam se conscientizar que misturar bebida e direção coloca em risco a vida não apenas do próprio motorista, mas de todas as pessoas no trânsito. O álcool reduz os reflexos e a capacidade de reação do condutor. Dirigir não é brincadeira”, destaca Maxwell Vieira, diretor-presidente do Detran-SP.

Cabe esclarecer ainda que não existe tolerância para uma ou duas latinhas, para nenhuma quantidade de bebida alcoólica. Tanto é que a mais recente versão da Lei Seca, de 2012, é inclusive conhecida como “tolerância zero”. No entanto, como o aparelho do bafômetro tem uma margem de erro determinada pela legislação federal, os condutores são autuados quando apresentam a partir 0,05 miligramas de álcool por litro de ar expelido.

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