Por Jessyca Biazini Em RMVale

Em Caraguá, reconstituição da morte de professora aponta divergências

23/7/2014 - Envolvidos simulam o crime que teria sido motivado por uma briga entre vizinhos em Caraguatatuba (Divulgação/Eduardo Campos)

Envolvidos simulam crime que teria sido motivado por briga entre vizinhos

Divulgação/Eduardo Campos

Polícia Civil realizou a reconstituição do homicídio da professora Yonah Resende Rodrigues de Sá, 44 anos, que ocorreu no último dia 3 em Caraguatatuba.

Segundo Vanderlei Pagliarini, delegado responsável pelo caso, a simulação ocorreu das 10h às 12h de quarta-feira (23), em duas partes, sendo que na primeira foi ouvida a versão da família do agressor e, na segunda, a história contada pelos parentes da vítima.

“As informações das partes são conflitantes, mas estamos fazendo um levantamento detalhado de todos os indícios para que a polícia judiciária dê andamento no inquérito”, afirma.

Por duas horas as partes reconstituíram o homicídio ocorrido próximo a um supermercado na Rua Presciliana de Castilho, no bairro Caputera.

De acordo com o marido de Yonah, ela estava no banco do motorista e o carro foi cercado por duas motocicletas quando trafegava devagar. A moto onde estava Paulo Costa e o irmão Rosendo teria emparelhado ao lado do passageiro do veículo e um deles teria efetuado vários disparos. Na outra moto estaria o pai dos rapazes, Ricardo, 46 anos, e a filha dele.

Em depoimento, o marido afirma que a professora tentou proteger a filha que estava no banco traseiro, momento em que foi atingida.

Os familiares da vítima contam que a tragédia teve início na noite anterior ao crime, quando a professora teria chamado a atenção de Ricardo, vizinho de parede da casa de sua mãe, localizada na rua Benedito Ayres Nepomuceno, no Estrela D´Alva, região central da cidade, por estar fazendo xixi no muro da casa dela.

Ricardo teria se recusado a parar o que fazia e ainda ofendeu as filhas da professora. Diante disso, Yonah e o marido foram à delegacia para registrar um boletim de ocorrência por atentado violento ao pudor, o que teria ocasionado a desavença entre os vizinhos.

Horas mais tarde, quando a professora, o marido e uma das filhas do casal saíram em busca de um comércio aberto para comprar refrigerante, o carro foi cercado. Yonah levou vários tiros, morreu pouco antes de chegar à UPA (Unidade de Pronto Atendimento).

Dias depois 
Quatro dias depois do crime, Ricardo Costa e o filho Paulo foram indiciados por homicídio qualificado. Os dois se apresentaram na Delegacia de Polícia de Caraguá, acompanhados de um advogado, foram ouvidos pelo delegado Pagliarini e confessaram o crime. Confirmaram que o motivo foi a briga de vizinhos e que o alvo, na verdade, era o marido da vítima, que estava no banco do passageiro do veículo.

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