Consórcio Balsa Nova assume o serviço pelo prazo de 12 meses; contrato com a Dersa é de 12 meses, podendo ser renovado
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A partir da próxima quinta-feira (25) a empresa Internacional Marítima deixa de operar o sistema de travessia de balsas entre São Sebastião e Ilhabela. Há anos o serviço virou alvo de críticas de usuários devido a problemas recorrentes como filas quilômetros para entrar ou sair do arquipélago, além de embarcações sucateados. Por conta de várias reclamações, prefeitura, Ordem dos Advogados do Brasil, Procon e Ministério Público cobram melhorias.
Essa crise culminou com o fim do contrato da Internacional Marítima que há 12 anos – duas licitações vencidas e prorrogadas – atuava como prestadora de serviços da Dersa, responsável pelo sistema de travessias litorâneas.
No último feriado, usuários que queriam ir para Ilhabela levaram mais de 7 horas para conseguir embarcar. Mesmo em dias comuns, o tempo de espera ultrapassa o limite da paciência de quem depende do serviço.
Caso da estudante de Direito em São Sebastião, Michele Silva, 30 anos, que mora em Ilhabela e diariamente pega a balsa das 18h ou 18h30 para o continente. “O ideal seria que nesse horário tivessem sempre duas embarcações para atender a demanda, pois são muitos estudantes e que a utilizam nesse o horário”.
Para o turista que vem aproveitar a folga no Litoral Norte, muitas vezes a demora para atravessa o Canal supera o tempo de viagem entre sua cidade e o local de embarque, o que também prejudica o setor turístico da região.
A expectativa da Dersa e dos usuários é que a qualidade do serviço oferecido melhor a partir da entrada na nova empresa e das embarcações que retornam, gradativamente a até o final do ano, para atender a população.
Quem assume a operação das balsas a partir da zero hora de quinta-feira é o Consórcio Balsa Nova vencedor da última licitação. O contrato é por 12 meses podendo ser renovado por, no máximo, cinco anos e um de excepcionalidade.
Além de São Sebastião e Ilhabela também tem Santos/Guarujá, Guarujá/Bertioga, Santos/Vicente de Carvalho, Cananeia/Continente, Cananéia/Ilha Comprida e Iguape/Juréia e Cananéia /Ariri.
A técnica em laboratório, Erika Caggiano Gimenes, 37 anos, moradora em São Sebastião está esperançosa. “Espero que tenham balsas boas e realmente que dê um ‘conforto’ para população, que seja pontual e que os mestres sejam mais atentos para não ocorrer mais incidentes”. Ela estva na balsa que recentemente colidiu com outra no meio do canal.
Para o prefeito do arquipélago, Márcio Tenório, mesmo com a mudança, é importante que o governo do Estado e Dersa encontrem uma solução definitiva para o problema que têm causado para a população. Ele pretende cobrar as oito balsas prometidas pela Dersa até dezembro.
A travessia São Sebastião/Ilhabela conta, atualmente, com cinco embarcações e até o feriado de Finados, 2 de novembro, receberá mais duas balsas, totalizando sete. Na próxima semana será entregue a FB-10, com capacidade para 39 veículos, e ainda neste mês a FB-28, para 65 veículos. Ela está em fase final de reforma, no Guarujá. Para a alta temporada está prevista a chegada da FB-20, com capacidade para 40 veículos.
Para evitar possível paralisação no serviço de travessia, como programado para o feriado de outubro, o Sindicato Nacional dos Mestres de Cabotagem e dos Contramestres em Transportes Marítimos (Sindmestres) aguarda uma reunião, na próxima semana, com representantes do Consórcio Balsa Nova para discutir o acordo coletivo da categoria.
‘Não vamos interromper o processo de transição, até porque a promessa era de negociar o acordo. Esperamos que revejam o piso da categoria”, destacou o presidente da entidade, Valter Martins Ramos. Segundo ele, os trabalhadores das balsas de passageiros e carros são os que recebem o menor valor, hoje em torno de R$ 2,7 mil. Para ele, o ideal é o da travessia Rio/Niterói, cerca de R$ 6,2 mil, e as balsas são as melhores no país.
Em relação à manutenção dos funcionários, em torno de 150 segundo o Sindmestre, a Dersa informou que eles são contratados diretamente pela empresa que presta os serviços de operação. “As negociações trabalhistas são conduzidas diretamente entre empregados e empregador, sem envolvimento da empresa, que por sua vez, exige de todas as suas contratadas o cumprimento integral das leis trabalhistas, bem como o respeito aos direitos e às boas condições de trabalho”, diz a nota.
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