Por João Pedro Teles Em RMVale

Felicio nega ser 'prefeito de Facebook' e analisa primeiro ano de mandato

Prefeito elege área da saúde como principal avanço em 2017

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'Lives' do prefeito marcaram novo hábito para internauta joseense

Reprodução

O ano de 2017 marcou um novo hábito para o internauta joseense: receber, diariamente, a notificação de que Felicio Ramuth (PSDB) “adicionou um novo vídeo”. Em seu primeiro mandato, o prefeito de São José usou e abusou dos recursos das redes sociais para estreitar o contato com a população.  

Por meio desta ferramenta que o político foi revelando, no cotidiano, a marca de sua gestão. Esta relação virtual teve momentos de altos e baixos, inclusive com o processo contra grupos que o criticavam nas redes.

Anúncio do fim da Orquestra Sinfônica de São José, explicações sobre infração de trânsito com seu carro oficial, assinatura de contratos com instituições de saúde ou licitações, como a da Via Cambuí, foram alguns dos momentos marcantes. Um verdadeiro diário de bordo do mandatário.

O prefeito recebeu a equipe do Meon em seu gabinete para fazer um balanço deste um ano de mandato que os munícipes puderam acompanhar, praticamente em tempo real, pelas redes. De cara, Ramuth dispensa a alcunha de ‘prefeito de Facebook’.

“Sou também de Facebook. É apenas uma ferramenta a mais para estar próximo aos munícipes, mas isso não substitui o contato pessoal com a população. Almoço nos restaurantes dos bairros, visito as comunidades, ouço a população nos pontos de ônibus. É também assim que me informo sobre as demandas da cidade”, explica o prefeito que, embora visite os bairros, nunca o faz de transporte circular, já que não anda de ônibus.

Ramuth tem 48 anos, nasceu em São Paulo, já foi presidente da Urbam (Urbanizadora Municipal), entre outros cargos que ocupou nas gestões de Eduardo Cury (PSDB), entre 2005 e 2012. O prefeito, entretanto, afirma que pouca coisa o surpreendeu no novo cargo.

“Na verdade, pra mim foi um reencontro. Muitas pessoas eu já conhecia de trabalhar junto. O que mudou muito foi o meu dia a dia, mas tudo dentro do que eu já estava esperando. Como tinha tido a oportunidade de conviver muito próximo ao gabinete na gestão do Eduardo Cury, eu encontrei aqui uma situação bastante parecida. Claro, que numa época mais difícil. O que eu encontrai aqui, até a parte ruim, já estava dentro da expectativa”, diz.

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Foco na saúde

O prefeito faz uma análise positiva de seu primeiro ano a frente do Executivo. De acordo com ele, o primeiro ano do mandato teve como foco o pagamento das dívidas com fornecedores e o equilíbrio para atender demandas da saúde, equiparando com a oferta de médicos e atendimentos.

Ramuth avalia que foi preciso uma “grande reengenharia” nesta que é uma das questões mais sensíveis em seu mandato. Segundo o prefeito, a primeira ação foi de renegociar os contratos com entidades como o Pró-Visão, Antoninho da Rocha Marmo e Pio XII.

“Qual o milagre da renegociação? Os preços estavam insustentáveis, portanto, quanto mais consulta as entidades fizessem, mais prejuízo eles teriam. Readequamos os valores e focamos na atenção básica. A contratação de médicos por consultas também nos ajudou a adequar a demanda com a oferta.  Agora, o desafio para 2018 está em agilizar os atendimentos com especialistas, exames e cirurgias”, explica.

A falta de radares é um problema administrativo que reporto exclusivamente à prefeitura

Felicio Ramuth Prefeito de São José

O prefeito ainda aponta a chegada do Hospital Regional, que deve começar a operar em março de 2018, como um desafogo para a fila dos exames e das cirurgias, já que a unidade irá realizar cirurgias de alta complexidade, que atualmente são feitas no Hospital Municipal.

“A chegada do Hospital Regional libera o Hospital Municipal para as cirurgias mais simples, com menor tempo de recuperação e menor orçamento. Claro que quem espera na fila quer uma solução imediata, mas decidimos resolver os problemas um de cada vez”, diz.

Educação

Na educação, os desafios do primeiro ano de mandato passaram pelo  investimento em capacitação dos diretores e colaboradores das escolas. Durante a conversa, o prefeito afirmou que o objetivo é que coordenadores se transformem em gestores na rede municipal.

No ensino superior, a tática foi apostar em atrativos da cidade, como o Parque Tecnológico, como trunfos para aumentar as vagas em instituições já existentes, assim como trazer novas faculdades para a cidade.“O professor gosta de estudar, é preciso dar oportunidade para esses professores e foi o que a gente fez. Outra questão importante é a volta da recuperação intensiva. As crianças com dificuldades em alguma disciplina têm aulas extras para fixar a matéria”, afirma.

“O que a cidade puder fazer para trazer mais ensino superior a gente fará. Já ganhamos a primeira universidade de medicina, em 2018 teremos outra. A atração ou aumento de vagas para a escola pública é importante. A estrutura física do ITA, por exemplo, vai dobrar a capacidade de vagas do instituto em 2019. A Unesp tem parceria com o Parque Tecnológico, a Unifesp já está instalada lá dentro, ou seja, facilitamos ao máximo essas parcerias com as universidades”, diz.

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Ramuth diz ter feito 'reengenharia' na saúde

João Pedro Teles/Meon

Cidade sem radares

Sem contrato de fiscalização de trânsito desde julho, o segundo semestre de 2017 ficou marcado pela ausência de radares ativos em São José. Com o atraso nas licitações para contratação de uma nova prestadora de serviços, a cidade só conheceu o vencedor da licitação – a empresa Fotosensores Tecnologia Eletrônica, com proposta de R$ 9,5 milhões por dois anos de contrato – em dezembro. Mesmo assim, os novos radares só funcionarão em sua totalidade após cinco meses de atividades.

Ramuth coloca o erro na conta da prefeitura, e afirma que este foi um dos momentos mais tensos de seu primeiro ano de mandato. Sem a fiscalização dos radares, restou à administração apelar para medidas paliativas.

Dados do Infosiga mostraram, entretanto, que no perímetro urbano o número de mortes no trânsito diminuiu em 50% em relação ao mesmo período de 2016. Mas se os dados mostram que as mortes diminuíram, o perfil das vítimas este ano mudou: a maioria das mortes foi de pedestres.

“Óbvio não me sentia nem um pouco confortável com esta situação, que é um problema administrativo, que eu reporto única e exclusivamente à prefeitura. É de fato um erro que a gente assume. Mas é bom respirar aliviado sabendo que isso não afetou os indicadores. Agora, o que virá é muito melhor do que existia”, avalia.

Malabares

Não foi apenas a situação dos radares que comprometeu a administração quando o assunto é fiscalização de trânsito. Em maio, o Executivo apresentou à Câmara uma lei proibindo a atividade de malabaristas nos semáforos da cidade. Em troca, a FCCR (Fundação Cultural Cassiano Ricardo) abriria um edital para contratar os serviços dos artistas.

A notícia dividiu a população e contou com a resistência da classe artística, que se manifestou por meio das redes sociais, protestos nos semáforos e nas faixas de pedestres. Foram dois meses de negociação com os artistas e revisões de ambas as partes até que, ainda sob protestos, a Câmara aprovou a chamada ‘Lei dos Malabares, em junho.

Felicio se vale de um relatório, assinado pelos próprios artistas circenses, para defender a posição da prefeitura sobre o caso. “Eles começam o relatório inclusive usando a palavra gratidão. Entendo que seja um caso no qual a prefeitura soube se colocar, ouvir a classe afetada e entrar num acordo que fosse bom para os dois lados”, afirma.

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