A cidade de Cunha recebe em junho o tradicional Festival da Cerâmica, um dos mais importantes do calendário nacional, ao reunir artistas de várias localidades do Brasil e do exterior. Este ano, o evento ganha uma nova data e acontece a partir de 13 de junho e se estende até dia 22, com uma programação especial em comemoração aos 50 anos do primeiro forno Noborigama na cidade.
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Para celebrar esse marco histórico, que é referência da cultura local e que deu a Cunha o título de Capital Nacional da Cerâmica de Alta Temperatura, o Festival terá atividades específicas que remetem à história dos primeiros ceramistas que trouxeram as novas técnicas para a cidade. A começar pela arte do Festival deste ano, de Alberto Cidraes, ceramista que integra o grupo que construiu o primeiro forno Noborigama em Cunha, na década de 70. Hoje, Cunha tem a maior concentração de Noborigamas fora do Japão, com seis fornos pela cidade.
Entre os destaques da programação, a tradicional abertura de Fornada Noborigama no Ateliê Suenaga e Jardineiro, um dos mais antigos da cidade, no dia 14 de junho. Nos dias 19 e 20, duas palestras com ceramistas de Cunha: “Tudo Iniciou em Cunha: Minha Trajetória na Cerâmica”, com Cesar Augusto Barbosa, e “Forno Noborigama”, com Augusto Campos e Leí Galvão. Também no dia 20, o lançamento do documentário 50 Anos de forno Noborigama em Cunha, produzido por Gabriela Fernandes e Renata Pegorer.
Segundo Giltaro Suenaga Jardineiro, um dos organizadores do Festival e representante da segunda geração de descendentes dos ceramistas japoneses que chegaram a Cunha na década de 70, a história da cidade se entrelaça com a da cerâmica e sua evolução. “Podemos identificar quatro fases da cerâmica na cidade - a denominada cerâmica das paneleiras, mais utilitária; depois a cerâmica artística com a chegada dos imigrantes e novas técnicas; em seguida, já nos anos 90, Cunha ganha destaque como referência com a chegada de ceramistas de outras localidades e o turismo da cidade começa a se desenvolver, e a fase atual de formação das novas gerações”, explica ele, entusiasta do projeto do Instituto Cultural da Cerâmica de Cunha – ICCC que leva aos jovens alunos da rede pública a história e a arte da cerâmica.
Programação para todos os públicos
Com o apoio do ICCC e da Prefeitura Municipal de Cunha, o Festival da Cerâmica deste ano contará com uma programação extensa e diversificada para atender todos que visitarem a cidade em busca de arte e cultura. Mais de 50 atividades estão programadas entre exposições, palestras, workshops e aberturas de forno. Tudo foi planejado para agradar aqueles que buscam aperfeiçoamento com renomados profissionais, como também o público em geral que quer se divertir e apreciar a cerâmica de Cunha.
A tradicional Feira da Cerâmica, que ocupará o Parque Lavapés de 19 a 22 de junho, é o ponto alto do Festival ao promover muitas atrações e uma variedade de produtos em cerâmica de artistas de várias regiões do Brasil que expõem e comercializam seus trabalhos durante a feira.
Também estão programadas várias performances com demonstrações ao vivo de ceramistas criando esculturas, modelagens e pinturas, e as competições de torno que vão revelar os ceramistas que produzirem a peça mais alta e a de maior diâmetro. Tudo sempre acompanhado de apresentações musicais ao vivo, capoeira, congada e variada gastronomia para o público.
Durante todo o Festival, o público poderá visitar a exposição René Le Denmat – “Torneando Histórias”, na Casa do Artesão, que contará com peças do acervo do renomado ceramista francês e das artistas Hideko Honma e Kimiko Suenaga, referências na arte da cerâmica, a partir da tradição japonesa.
E, no ICCC, acontecerá a abertura de fornada, no dia 21, sábado, com a participação de ceramistas de Cunha e de outras regiões que vão fazer uma apresentação da técnica de queima em forno Smokeless, culminando com a retirada das peças do forno a lenha.
Tradição e arte
Cunha é reconhecida pela produção de cerâmica artística em fornos a lenha Noborigama, técnica que chegou ao Brasil com os imigrantes japoneses. Eles instalaram-se em Cunha em 1975 e, ao longo desses 50 anos, formaram novas gerações de ceramistas e atraíram muitos artistas que empregam outras técnicas e estilos. Atualmente, são mais de 70 ceramistas em seus ateliês, produzindo objetos de cerâmica de alta qualidade que são considerados obras de arte.
O forno Noborigama surgiu no extremo oriente e se caracteriza pela superposição das câmeras de fogo. A queima da cerâmica utiliza madeira de eucalipto resinoso, pode durar mais de 30 horas seguidas e a temperatura pode chegar a 1.400 graus. Após três dias de resfriamento lento, as cerâmicas são tiradas do forno e disponibilizadas para o público dentro do ateliê.
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