Por Beatriz Scotti Em RMVale

Santa Casa comemora 100º transplante de fígado em São José

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Fábio Komatsu, ainda com máscara, Lino Faccina e o médico Jorge Mancero

Bianca Totti/Código BR Comunicação

A Santa Casa de São José dos Campos comemorou nesta quinta-feira (27) o 100º transplante de fígado realizado pelo hospital em um encontro que reuniu o primeiro e o centésimo pacientes transplantados.

Lino Faccina, 52 anos, foi o primeiro a passar pela cirurgia, em 18 de maio de 2009. "Eu não sabia que era o primeiro. Meus médicos fizeram os exames e me informaram que tinha o procedimento em São José dos Campos e entrei na fila. Como meu caso era muito avançado, fiquei em primeiro na fila de espera", disse o representante comercial, que mora em Atibaia.

Faccina conta que estava muito ruim à época da doença. Ele teve hepatite C, doença que provocou uma cirrose e evoluiu para um câncer no fígado. A cirurgia realizada pela equipe de transplantes da Santa Casa foi um sucesso. Um ano e meio depois, o paciente estava pronto para iniciar o tratamento do vírus da hepatite C. "Hoje tenho 52 anos, estou 100% e tomo os cuidados que não tive antes. Estou muito bem".

Já o centésimo transplantado, o autônomo Fábio Komatsu, 50 anos, disse que recebeu a notícia de que havia um órgão compatível após um ano de espera. "Eu estava indo deitar para dormir quando me ligaram. Estou muito bem agora, já tiraram os pontos", disse o paciente, que ainda está em recuperação.

Komatsu também foi diagnosticado com hepatite C, doença que originou uma cirrose. A cirurgia foi realizada no último dia 24 de fevereiro. “Posso dizer que já sinto muita diferença após a cirurgia. Tenho mais ânimo e disposição. A cada dia percebo uma mudança em meu corpo. Estou me sentindo muito bem”, afirmou.

Jorge Marcelo Padilla Mancero, diretor do serviço de transplante da Santa Casa de São José, disse que a média de sobrevida no primeiro ano do transplante é de acima de 80%. "Nossa taxa de sobrevida está acima da média nacional, que é 70% no primeiro ano".

Fila de espera 
Mancero afirmou que atualmente existem 35 pacientes na lista de espera e todos pacientes da Santa Casa serão operados pelo SUS (Sistema Único de Saúde), sem pagar nada e sem ter que passar por nenhuma burocracia para conseguir o transplante.

O diretor alertou que é preciso aumentar o número de doadores. "O ideal é que tivessem 30 doadores para cada um milhão de habitantes no Brasil. Antigamente, essa proporção era de cinco para cada um milhão. Hoje já conseguimos subir para 13 com o trabalho de divulgação, mas infelizmente ainda temos casos de mortes de pessoas em fila de espera por falta de doadores".

Agora, o hospital deve começar a realizar transplantes de rim. "O processo já está bem avançado. Acredito que ainda neste ano devemos fazer o primeiro transplante de rim. Depois disso para fazer o de pâncreas deve ser apenas alguns meses, pois são transplantes que normalmente estão ligados, o que a gente chama de transplante duplo", finalizou Mancero.

Outro órgão que pode passar a ser transplantado é o coração, porém o diretor da Santa Casa explica que esse ainda está em fase de estudo e pode demorar um pouco mais de tempo. A Santa Casa também faz o procedimento de transplantes de córnea e de pele. O hospital ainda tem um centro de renome na área de tratamento de queimados.

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