A Santa Casa de São José dos Campos realizou o primeiro transplante de hepático intervivo, isto é, parte do fígado saudável de um doador vivo é retirada e implantada na pessoa doente. O procedimento foi efetuado no final de outubro deste ano.
O primeiro paciente a se submeter ao transplante hepático intervivo é Sílvio Rodrigues de Sousa, de 45 anos. Ele ainda tratava hepatite quando descobriu que tinha câncer no fígado. A esperança era conseguir um novo órgão.
A filha de Sílvio, Tainara Sousa, de 25 anos, se ofereceu para fazer todos os exames necessários para descobrir se poderia ser doadora. No final de outubro, Tainara foi considerada apta a doar parte de seu fígado ao pai. A cirurgia foi um sucesso, o paciente recebeu alta e se restabelece em casa.
“Eu salvaria meu pai quantas vezes fosse preciso”, disse a doadora.
Para o transplante hepático intervivo, uma parte do fígado saudável de uma pessoa viva é retirada. Em semanas, o restante do fígado se regenera e retoma o volume anterior à doação. A parte do fígado que foi colocada no doente, no lugar do órgão comprometido, também cresce e passa a ser capaz de desempenhar as funções de um fígado inteiro.
O tipo de transplante mais conhecido é aquele em que o doador já faleceu; nesse caso, o paciente recebe fígado inteiro.
“O fígado é o único órgão que se regenera, permitindo esta modalidade de transplante hepático intervivos. Para uma pessoa doar um órgão durante a vida, é necessário ter compatibilidade sanguínea com o receptor, idade entre 18-50 anos, peso dentro do normal e boa saúde, além de veias, artérias e vias biliares compatíveis e favoráveis para a divisão do fígado”, explica o coordenador do setor de transplantes da Santa Casa de São José dos Campos, Jorge Padilla.
A Santa Casa da cidade é referência na RMVale em transplante hepático. No início de 2021, o hospital alçou São José ao status de primeira cidade do interior paulista com o maior número de procedimentos realizados em 2020, e a terceira em todo o estado, segundo o Sistema Estadual de Transplantes, da Secretaria de Estado da Saúde.
No ano passado, 51 transplantes foram realizados na instituição. Em outubro passado, a Santa Casa joseense passou a ser o primeiro hospital credenciado na RMVale a oferecer o serviço de transplante renal, realizando o primeiro procedimento intervivo.
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