Por Rodrigo Ribeiro Em RMVale

Vereador denuncia: "escola de Taubaté fez captação irregular de aluno"

O objetivo era permitir que a escola participasse do Simube

20150220_douglas carbonne_taubaté_(Reprodução/Facebook Douglas Carbonne)

Carbone (à esquerda) e presidente do Simube durante audiência sobre Simube

Reprodução/Facebook Douglas Carbonne (PCdoB)

O vereador de Taubaté Douglas Carbonne (PCdoB) afirmou que o Instituto Polo, que fica na cidade, fez captação irregular de aluno com objetivo de aderir ao Simube (Sistema Municipal de Bolsas de Estudo).

De acordo com Carbonne, um estudante pagou R$ 20 de reserva de vaga e, em seguida, foi chamado à escola para assinar o contrato com data retroativa. O objetivo era permitir à escola que participasse do Simube.

"A lei prevê que para a escola poder participar do Simube o aluno deve estar regularmente matriculado e após isso, preencher um formulário solicitando o Simube. A escola não tinha os alunos matriculados e esse contrato foi forjado pela escola. Ainda fala nesse contrato que no ato da matrícula o aluno pagava R$ 749 e isso é mentira porque esse aluno só deu R$ 20 no cadastro de reserva e isso caracteriza captação irregular", diz Carbonne.

O vereador também afirma que a escola fez propaganda enganosa. "Além disso, a propaganda da escola diz: estude aqui com bolsa de estudo 100%. Não pode dizer isso porque não são todos que vão ganhar 100% de bolsa", conta Carbonne.

A última acusação do vereador é de que a escola cobra um valor muito maior sobre o aluno que adere ao Simube para àquele que faz um curso particular. "Meus assessores estiveram na escola e presenciaram que, o aluno que quer fazer o curso de técnico em enfermagem, por exemplo, pagaria R$ 4.500, dividido em 14 vezes, se fizer particular. Já para o aluno que entra para o Simube, a escola informa a prefeitura que tem que receber R$ 10.498", diz Carbonne.

De acordo com o vereador, um diretor da escola, chamado Sérgio, ingressou com uma liminar na Justiça alegando que, por não participar do Simube, o instituto estaria sendo prejudicado. "O diretor tornou o caso público pela imprensa, colocando em xeque a credibilidade do presidente do conselho do Simube, Alexandre Ferri", diz Carbonne.

Segundo Carbonne, o presidente do conselho, apresentou aos vereadores um processo de 50 páginas, demonstrando que o diretor do Instituto Polo havia sido informado da necessidade da matrícula do aluno para obtenção do Simube.

"O atual conselho é formado por pessoas sérias, mas, no passado, uma das conselheiras tinha bolsa de estudos para ela e dois filhos. O próprio diretor do colégio Polo, Sérgio, foi conselheiro do sistema. Senhor Sérgio, você tem que ter vergonha desse ato que está fazendo, você fez sim captação irregular de aluno”, afirma Carbonne.

O vereador ainda elogiou a forma como são realizados os critérios pelas assistentes sociais do programa que verificam a situação dos alunos que se inscreveram no Simube, desclassificando aqueles que tem condições de pagar o curso. “Havia alunos bolsistas que tinham carro de R$ 60 mil, "cobertura’ na cidade, três padarias. Essa é a moralização que queremos no Simube”, conclui.

Segundo o vereador qualquer escola pode participar do Simube, desde que esteja em dia com a certidão negativa. "O Instituto Polo foi descredenciado do programa", diz Carbonne.

Outro lado
O Meon conversou com o diretor do instituto, Sérgio Alves, que negou todas as denúncias feitas pelo vereador. "Participamos do Simube há cinco anos e não procede as informações do vereador. Além do Simube, participamos de outros programas, estaduais, do governo, e conhecemos muito bem o edital de cada um deles", diz Alves, que é conselheiro no Simube.

"No dia 3 de fevereiro aconteceu uma reunião no Simube, não pude ir por problemas particulares, mas enviei um representante. Fui pego de surpresa no dia seguinte com essas acusações sobre mim e o insituto, inclusive pedindo a descredenciação do instituto e a minha saída do Simube", conta Alves.

Na sequência, segundo o diretor, os advogados do instituto entraram com um pedido de mandado de segurança contra o descredenciamento e saída de Alves do conselho. "O pedido foi acatado e entregue nesta quinta-feira (19) ao presidente do Simube. Ou seja, a escola continua credenciada e eu como conselheiro", explica.

Simube
O atual sistema de concessão de bolsas de estudo leva em conta o índice de carência do candidato, a renda familiar e o número de pessoas da família. O Simube oferece bolsa de 25% a 100%, para ensino técnico e superior em cinco modalidades: Bolsa Custeio, Bolsa Financiamento, Bolsa Estágio, Bolsa Servidor e Bolsa Pessoa com deficiência.

Contatos para dúvidas relativas ao Simube podem ser feitas pelo telefone 3621-6039 ou no e-mail simube@taubate.sp.gov.br.

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