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Possível novo período de alta cripto

As tarifas de Trump podem afetar o Bitcoin e outros ativos

Escrito por Meon

09 MAI 2025 - 11H57 (Atualizada em 09 MAI 2025 - 12H09)

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A onda de tarifas anunciadas recentemente pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reacendeu a discussão sobre o impacto de políticas protecionistas na economia global e, especificamente, sobre como isso pode influenciar o mercado de criptomoedas.

Entre incertezas geopolíticas, possíveis sanções a países exportadores e volatilidade nos mercados de ações e títulos, cresce o interesse de investidores em encontrar ativos que sirvam de proteção (hedge) contra as turbulências do sistema financeiro tradicional. Não por acaso, o Bitcoin e outras criptomoedas retornam ao centro das atenções.

Ao mesmo tempo, o uso de criptomoedas vem crescendo em vários países. Isso desperta o interesse de brasileiros que buscam expandir suas operações. Até corretoras de criptomoedas em Portugal tem visto o número de usuários brasileiros aumentar, devido ao mercado europeu ser mais estruturado e regulamentado.

As tarifas impostas por Trump podem impulsionar ainda mais a busca por oportunidades de negociação com segurança e variedade de ativos, considerando que momentos de incerteza econômica costumam aumentar a procura por ativos digitais.

Entendendo as tarifas de Trump e a incerteza nos mercados

As tarifas anunciadas por Donald Trump variam de 10% até quase 50% para certos países e setores, com o objetivo declarado de “enriquecer” a economia dos Estados Unidos ao elevar a arrecadação de impostos sobre produtos importados. O impacto mais direto é sentido nas cadeias de suprimentos e no preço final de mercadorias.

No entanto, a influência dessas tarifas vai além. Quando um país impõe barreiras tarifárias, há efeitos colaterais que podem incluir retaliações comerciais de outros países, aumento dos custos de produção para empresas locais que dependem de insumos importados e risco de recessão global se a guerra comercial se intensificar.

A volatilidade nos mercados de câmbio e nas bolsas de valores também aumenta. As reações iniciais a anúncios de tarifas costumam ser tensas. Investidores fogem de ativos de risco e procuram refúgio em ativos de menor volatilidade, como títulos do governo e, cada vez mais, criptomoedas.

Em 2018, por exemplo, quando Trump iniciou a primeira leva de tarifas contra a China, houve um pico de comentários na mídia especializada sobre o Bitcoin possivelmente atuar como reserva de valor. Ainda que, na prática, o Bitcoin não seja 100% descorrelacionado dos mercados tradicionais, em momentos de crise ele costuma ter picos de demanda.

A lógica de fuga para ativos de proteção ocorre porque muitos investidores veem no Bitcoin, e em outras criptomoedas, características de escassez e independência das políticas governamentais, algo que moedas fiduciárias não oferecem.

O Bitcoin, por exemplo, tem oferta limitada a 21 milhões de unidades, sendo considerado, por alguns, equivalente a uma forma de “ouro digital”. Com o mercado global fragilizado por incertezas e tensões comerciais, os ativos digitais podem se tornar um hedge ou ser visto como um tipo de diversificação de risco.

Algumas pesquisas mostram que fundos institucionais estão cada vez mais dispostos a alocar parte de suas carteiras em criptomoedas. Segundo um relatório do Bank for International Settlements (BIS), a adoção institucional de criptoativos vem crescendo a passos largos em países com maior abertura financeira.

Ainda que essas iniciativas de adoção institucional seja maior nos EUA, investidores brasileiros também acompanham a tendência ao considerar a possibilidade de proteger parte de seu patrimônio em moedas digitais. Diante de qualquer ameaça de crise macroeconômica ou decisão de política monetária polêmica, o Bitcoin costuma ter picos de interesse no mercado.

Mas, além do Bitcoin, outras criptomoedas, como Ethereum (ETH), vêm atraindo atenção, já que cada ativo tem fundamentos e propostas específicas. Enquanto o Bitcoin prioriza a segurança e a descentralização, o Ethereum é conhecido pelos contratos inteligentes (smart contracts), permitindo a criação de aplicativos descentralizados (dApps) e soluções de finanças descentralizadas (DeFi).

As criptomoedas no Brasil e dados do Banco Central

No Brasil, o interesse por criptomoedas continua crescendo. De acordo com um levantamento da Receita Federal, o volume declarado em operações com criptoativos passou de R$ 200 bilhões ao longo de 2024, indicando que cada vez mais brasileiros estão comprando e negociando moedas digitais.

Isso ganhou impulso pela possibilidade de diversificar investimentos e proteger o patrimônio contra a inflação e a volatilidade política doméstica. Dados do BACEN também indicam que as instituições financeiras locais estão adotando projetos de tokenização e explorando a integração de criptomoedas em suas plataformas de investimento.

Além disso, o debate sobre o Real Digital, a versão virtual da moeda brasileira, tem ganhado espaço, reforçando o diálogo sobre a relevância e o potencial das soluções de blockchain no mercado nacional.

No que diz respeito à legislação, embora o Brasil já conte com leis que regulam a tributação de ganhos em criptomoedas e a obrigatoriedade de declarar transações à Receita Federal, o arcabouço regulatório ainda está sendo construido. A Comissão de Valores Mobiliários e o Banco Central trabalham para estabelecer diretrizes mais claras para o setor.

Por: Linkarme Comunicação

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