A obesidade deixou de ser apenas um desafio individual para se tornar uma das maiores questões de saúde pública da atualidade. No Brasil, mais de 60% dos adultos estão acima do peso e cerca de 30% já convivem com obesidade, segundo dados oficiais. A condição vai muito além da estética: é uma doença crônica, progressiva e multifatorial que requer informação de qualidade, acolhimento e políticas públicas eficazes.
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Doença complexa, não falta de vontade
A ciência reconhece a obesidade como uma doença influenciada por fatores genéticos, metabólicos, hormonais, ambientais e psicológicos. Apesar disso, ainda é comum que seja tratada de forma simplista, como resultado de “falta de disciplina”. Essa visão preconceituosa contribui para a estigmatização e dificulta tanto a prevenção quanto o tratamento.
Além dos impactos físicos, como o aumento do risco para diversas doenças crônicas, a obesidade também tem forte impacto emocional. O julgamento social e a discriminação afetam a autoestima e a saúde mental. Especialistas ressaltam que combater o preconceito é parte essencial da prevenção: em ambientes acolhedores, há maior adesão a hábitos saudáveis e acompanhamento médico.
Ligação direta com o câncer preocupa
No Dia Nacional da Prevenção da Obesidade, especialistas chamam atenção para um dado alarmante: 20% de todos os casos de câncer possuem alguma relação com a obesidade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 13 tipos de câncer estão diretamente associados ao excesso de gordura corporal — entre eles, os de fígado, mama, tireoide, ovário, rim, pâncreas e estômago. Um estudo epidemiológico realizado em parceria com a Universidade de Harvard (EUA) estima que, até 2025, serão registrados 29 mil novos casos de câncer causados pelo excesso de peso, o que representa 4,6% do total.
“O excesso de peso já é a segunda maior causa evitável da doença, perdendo apenas para o tabagismo. Com a queda no número de fumantes, é provável que, em breve, a obesidade se torne a principal causa prevenível. Além do câncer, doenças como diabetes, AVC e problemas cardiovasculares também podem ser evitadas com medidas simples de controle de peso”, afirma Daniel Gimenes, oncologista da Oncoclínicas.
Alimentação saudável como pilar de prevenção
Segundo especialistas, adotar uma dieta equilibrada é fundamental para reduzir riscos e melhorar a qualidade de vida em qualquer idade. Ter uma alimentação rica em alimentos naturais fortalece o sistema imunológico, ajuda a prevenir a obesidade e reduz significativamente a incidência de câncer e outras doenças crônicas.
A OMS estima que 40% dos casos de câncer poderiam ser evitados se fatores de risco como má alimentação, sedentarismo, consumo excessivo de álcool e ingestão de alimentos ultraprocessados fossem reduzidos.
A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer também comprovou, em estudos de 2016, que a ausência de gordura corporal excessiva reduz o risco de desenvolver câncer.
Para Gimenes, a mudança deve começar pelos hábitos diários e ser apoiada por políticas públicas:
“Fast food, salgadinhos, embutidos, sucos de caixinha, refrigerantes e ultraprocessados em geral são responsáveis pelo aumento da incidência de sobrepeso e obesidade em diversos países, inclusive no Brasil. Esses fatores elevam os riscos de câncer e devem ser evitados em todas as fases da vida”, explica.
Ele reforça que uma dieta saudável inclui alimentos integrais, frutas, verduras, proteínas de carne branca e a limitação do consumo de carne vermelha, defumados, processados e bebidas açucaradas e alcoólicas.
Prevenção é responsabilidade coletiva
Embora as escolhas individuais sejam importantes, especialistas destacam que a prevenção da obesidade depende de ações coletivas e políticas públicas eficazes. Regulamentar a publicidade de alimentos industrializados voltada para crianças, incentivar esportes, ampliar o acesso a alimentos frescos e nutritivos e promover educação alimentar são medidas essenciais.
O combate à obesidade precisa envolver escolas, empresas, cidades e governos. A mensagem deste Dia Nacional da Prevenção da Obesidade é clara: a obesidade vai muito além da aparência — é uma questão de saúde pública com impacto direto no futuro do país.
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