Por Meon Em Brasil

"Pedimos autorização para aterrar na água, na água!'; ouça áudio gravado no avião da Embraer em Portugal

Após pane, aeronave voou por mais de uma hora e fez pouso força na tarde de domingo

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Embraer ERJ-190 que fez aterrissagem de emergência em Portugal neste domingo

Reprodução


O jornal Público, de Portugal, publicou nesta segunda-feira (12) em seu portal o áudio da conversa entre os pilotos do avião Embraer ERJ-190 da companhia aérea Air Astana, do Cazaquistão,que fez uma aterrissagem de emergência na Base Aérea de Beja (BA11), em Portugal, na tarde deste domingo (11).  Os pilotos chegaram a cogitar aterrissar no mar ou no rio. 

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O avião tinha "concluído trabalhos de manutenção" na empresa OGMA, subsidiária da Embraer, começou a apresentar problemas logo após a decolagem. A aeronave seguia para o Cazaquistão com seis pessoas, todos seriam membros da tripulação. 

Os pilotos teriam apontado "falha crítica nos sistemas de navegação e do controle de voo". A situação ficou ainda mais complicada devido às condições atmosféricas adversas. 

Depois que a torre de controle foi comunicada sobre a pane, dois caças F-16 da Força Aérea Portuguesa acompanharam o avião. A tripulação voou por mais de uma hora e tentou fazer três aterrissagens neste período, inclusive cogitou pousar no mar ou no rio. 

Depois de muito susto, o avião aterrissou no aeroporto de de Beja. De acordo com o jornal Público, dois tripulantes foram levados para o hospital --um com sintomas de ansiedade e outro com escoriações leves. Ambos tiveram alta. 

Ouça o áudio original em inglês da conversa entre os pilotos e a torre de controle aéreo e, abaixo, a transcrição de trechos da gravação.


13h34 – Minuto e meio depois da primeira declaração de emergência, a tripulação do avião volta a entrar em contato com a torre em Lisboa, indicando a sua localização e altitude. “Perdemos o controle”, afirmou o piloto. 

“Tem contato visual com Alverca ?”, pergunta Lisboa. O primeiro plano era fazer uma aterragem de emergência no aeródromo de Alverca, mas a tripulação expressa dúvidas sobre a possibilidade de encaminhar o avião para a pista. “Vire à direita ou à esquerda, como desejar”, responde Lisboa. O avião tinha caminho aberto para Alverca, mas a hipótese foi abandonada rapidamente. 

“Temos problemas no controle do voo, talvez tenhamos perdido a capacidade de controlar o voo”,  diz o piloto.

13h40 – A tripulação declara pela primeira vez que não vai conseguir realizar uma aterragem convencional e pede autorização para pousar na água (ditching é o termo utilizado em inglês).

“Pedimos para aterrissar na água. Na água! Mayday, precisamos de uma orientação para o mar, para longe de terra.” A torre de Lisboa não consegue ouvir a informação e pede para repetir a comunicação. “Pedimos para aterrissar na água, na água. O avião está incontrolável, é impossível aterrissar”, repete a tripulação, que se impacienta: “Precisamos de uma orientação para o mar. Pousar na água!” 

13h42 – Após novo pedido de autorização para pousar na água, a torre sugere uma amaragem no Tejo: “Têm o rio, pela esquerda ou pela direita. É a coisa mais próxima.” A tripulação pergunta então a que distância está o mar. “A 40 milhas da sua posição”, responde Lisboa. 

13h49 – Numa altura em que chovia com intensidade na região de Lisboa, a tripulação demonstra desespeto devido à falta de visibilidade e pergunta onde é que os céus estarão mais limpos. “Penso que a sul o tempo está melhor”, responde Lisboa. “A sul o tempo está melhor, ok…”, repete a tripulação. 

13h51 – Lisboa pergunta quantas pessoas estão a bordo e quais os níveis de combustível do aparelho. “Seis pessoas a bordo, problemas no sistema de controle, agora temos controle manual, pedimos autorização para pousar no mar, se possível”, repete a tripulação do avião. 

“Prefere o mar e não o rio?”, pergunta Lisboa. “Talvez o mar seja melhor, se for possível, por favor. Precisamos de mais espaço. E de melhor tempo”, respondem do Embraer. 

Embraer apoia investigação

Procurada pelo Meon, a Embraer informou que uma "equipe técnica já está em Portugal para apoiar as autoridades locais no processo de investigação desta ocorrência". A OGMA divulgou a nota abaixo: 

"Uma aeronave Embraer E190, da companhia aérea Air Astana, que havia passado por manutenção nas instalações da OGMA, na cidade de Alverca, em Portugal, fez no domingo, dia 11 de novembro, um pouso não programado no aeroporto de Beja, daquele país. 

A aeronave pousou com segurança, sem danos materiais ou físicos aos seis tripulantes da companhia aérea a bordo que receberam o apoio dos funcionários do aeroporto e da Força Aérea Portuguesa.

A OGMA irá colaborar com as autoridades aeronáuticas na investigação das causas do incidente. "

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