O delegado de Paraibuna, Raian Braga de Araújo, que conduz a investigação da morte da gestante
Tânia Campelo/Meon
A gestante assassinada em Paraibuna, Leila Santos, 39 anos, morava havia cerca de três meses com o casal suspeito de cometer o homicídio. A vítima era usuária de droga e teria ido morar com M.T.G.R.V., de 34 anos, e N.D.L.P., de 22, após promessa de entregar o filho para o casal.
Eles viviam no bairro Novo Horizonte, na zona leste de São José dos Campos. Os dois suspeitos estão foragidos e ainda estariam com a criança retirada da vítima.
O corpo de Leila foi encontrado no dia 4 de julho às margens de uma estrada rural, perto da Represa de Paraibuna. Ela tinha cortes profundos na barriga e extensas queimaduras. Ao lado da vítima, foram encontrados placenta e cordão umbilical, indicando que ela havia sido submetida a uma cesárea forçada.
Os suspeitos foram identificados após a Polícia Civil receber informações que uma mulher foi ao cartório civil da cidade, também no dia 4 de abril, na tentativa de registrar um recém-nascido sem apresentação do DNV (Declaração de Nascido Vivo), documento médico que comprova quem pariu a criança. A falsa mãe chegou a ir até o posto de saúde da cidade na tentativa de obter o documento, mas desistiu quando soube que teria que passar por uma avaliação médica.
No dia seguinte (5), quando a notícia sobre a gestante morta saiu na imprensa, uma funcionária do posto de saúde contatou o cartório e relatou os fatos à polícia.
"Com imagens feitas por câmeras de segurança perto do cartório, identificamos uma das testemunhas que acompanhavam a suspeita. É uma mulher que morou em Paraibuna e por isso foi rapidamente reconhecida e chamada para prestar depoimento", disse o delegado Raian Braga de Araújo.
Em depoimento à polícia, a mulher contou que tinha conhecimento que Leila havia prometido entregar o filho ao casal e que ela e um amigo foram chamados por M.T. para serem testemunhas no cartório civil. Ela afirmou que só aceitou ser testemunha porque sabia que Leila iria doar a criança para o casal e não tinha conhecimento do crime.
A Justiça expediu mandado de prisão preventiva dos suspeitos na última quarta-feira (11). A equipe de investigação fez diligências na casa de familiares de MT.G.R.V. e N.D.L.P, mas sem sucesso. Nesta quinta-feira (12), os policiais investigavam uma nova pista do paradeiro dos suspeitos, mas até as 18h nenhum deles havia sido localizado.
4 de julho - quarta-feira
14h - Polícia Militar recebe a ligação de funcionários da balsa da represa de Paraibuna avisando ter encontrado um corpo.
15h - A equipe policial chega ao local e identifica o corpo sendo de uma mulher negra de aproximadamente 30 anos. A vítima vestia roupas comuns e estava com o corpo e rosto queimados. Ao lado do corpo foram encontrados um cordão umbilical e uma placenta.
16h – Equipe de investigação criminal chega ao local do crime. Provas foram recolhidas e é constatado que a vítima estava com a barriga dilacerada e teria passado por uma cesariana improvisada O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal de Jacareí e identificado como Leila Santos, 39 anos, sem residência fixa.
5 de julho - quinta-feira
10h - Durante a investigação do caso, funcionários do posto de saúde entram em contato com a Polícia Militar e informam que uma mulher havia tentado registrar um recém-nascido sem documentação. A PM foi informada que a criança teria nascido em uma casa na zona rural da cidade próximo à Salesópolis, a cerca de 47 km de distância do centro de Paraibuna.
6 de julho - sexta-feira
A Polícia Civil identifica uma das mulheres que aparecem nas imagens gravadas por câmeras de segurança na rua do cartório civil de Paraibuna.
10 de julho - terça-feira
Intimada a depor, a mulher identificada no vídeo confirma que o recém-nascido que aparece nas imagens é filho de Leila Santos e que a mulher que se apresentou no cartório como sendo mãe do bebê é M.T.G.R.V. Também diz que Leila teria prometido entregar o bebê a M.T. e seu namorado N.D.L.P.
11 de julho - quarta-feira
15h – Polícia Civil decreta a prisão preventiva da suposta mãe e do homem que a acompanhou ao cartório. A dupla está foragida e permanece sendo procurada pela policia.
12 de julho - quinta-feira
Família reconhece o corpo da vítima e polícia procura por suspeitos.
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