Os juros futuros de médio e longo prazos encerraram a sessão regular da BM&FBovespa em alta, enquanto os curtos ficaram perto da estabilidade nesta terça-feira, 2. A trajetória reflete o desconforto do mercado com o cenário fiscal, depois que o governo flexibilizou as regras para redução de despesas com pessoal no processo de renegociação da dívida dos Estados. A aversão ao risco vista no exterior também ajudou a pressionar as taxas longas para cima.
O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 fechou na mínima de 13,980%, de 13,975% no ajuste anterior, com 78.770 contratos. O DI janeiro de 2018 (110.695 contratos) encerrou em 12,82%, de 12,80% no último ajuste. O DI janeiro de 2021 (136.745 contratos) avançou de 11,93% para 12,05%.
As taxas já abriram em alta, com o mercado reagindo à informação de que, após pressão, o governo federal retirou algumas despesas de pessoal - como terceirização, indenizações, auxílios e despesas de exercícios anteriores - de funcionários públicos das esferas estaduais do Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública e dos Tribunais de Contas, dentro do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A medida é parte do acordo entre o governo e os Estados para a prorrogação do vencimento e carência das dívidas estaduais.
O relator do projeto de lei que trata da renegociação da dívida, deputado Esperidião Amin (PP-SC), afirmou hoje que a nova versão do texto da proposta deve "tratar do atacado, e não do varejo". Sem dar mais detalhes, o parlamentar afirmou que por volta das 17h a nova redação estará pronta para ser votada ainda nesta terça-feira na Câmara, caso haja quórum suficiente em plenário.
No exterior, o ambiente é de preocupação com a economia global, com mais um dia de queda nos preços do petróleo, o que afugenta a demanda por ativos de mercados emergentes. Na Nymex, o barril do WTI para setembro fechou em queda de 1,37%, a US$ 39,51. Na ICE, o barril do Brent para outubro terminou em baixa de 0,80%, em US$ 41,80.
Além disso, medida de estímulo à economia anunciada hoje pelo governo do Japão decepcionou os investidores. Do pacote de estímulos fiscais de 28 trilhões de ienes (US$ 274 bilhões) anunciado, em mais um esforço para combater a deflação e impulsionar o crescimento, os novos gastos somam apenas cerca de 7,5 trilhões de ienes e a maior parte desse montante está previsto para os próximos dois anos. A medida ajudou a elevar os juros em várias partes do mundo, sendo que no Japão os rendimentos dos bônus atingiram o maior nível desde março.
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