Cena do filme "Pride" que mostra a luta de grupos oprimidos na sociedade
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Um dos assuntos que tomou conta dos portais de notícias e das redes sociais durante essa semana servirá – como falamos no jornalismo – de gancho para o #DicaMeon de hoje: a morte do adolescente de 14 anos, que estava em coma desde o dia 5 deste mês. De acordo com o delegado que investiga o caso, o menino foi agredido por um grupo de outros estudantes pelo fato de ele ser filho adotivo de um casal homossexual.
Instantaneamente, veio-me à mente um excelente filme nacional chamado “As Melhores Coisas do Mundo”, lançado em 2010. O longa retrata a vida de um adolescente de 15 anos que, além de ter que lidar com a separação dos pais, tem que enfrentar dentro de si e na escola a causa desse rompimento: um pai gay. Numa das cenas, Mano (Francisco Miguez) é cercado na frente do colégio onde estuda e agredido numa roda de outros alunos.
Junto desta recordação, outros títulos surgiram, como “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”, “Praia do Futuro”, “Tatuagem”, “La Vie d’Adèle”, “The Normal Heart”, “Milk”, e mais recentes, como os vencedores de estatuetas “Clube de Compras Dallas” e “Jogo da Imitação”, “Pride” e o promissor gaúcho “Beira-Mar”. O que todos eles têm em comum (além, claro de tratarem da temática LGBT)? Foram todos vencedores de importantes categorias em diversos festivais e cerimônias de premiação. Aliás, tem sido uma tendência do cinema nacional a produção de filmes com essa temática e o destaque internacional tem sido grande. Assim como foi com “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”, “Beira-Mar” promete fazer sucesso em Berlim este ano.
Mais do que ganhar prêmios. Não só de lista de nomes se têm feito os discursos de agradecimento. Eles têm dado lugar a um discurso de engajamento, como fez Graham Moore, roteirista que levou Oscar por “Jogo da Imitação”. No palco, Graham assumiu que quando jovem tentou o suicídio por causa de sua preferência sexual. Hoje, com o trabalho que faz, somos todos gratos por ele não ter conseguido êxito nessa tentativa.
Mais do que pensar em si mesmos. O filme desta semana é, na verdade, “Pride”, filme britânico dirigido por Matthew Warchus e indicado ao prêmio de Melhor Filme – Comédia Musical do Globo de Ouro deste ano. O longa-metragem inglês conta a história de um grupo de homossexuais de Londres que se engajam pela causa dos Mineiros, responsáveis pela greve histórica em 1984, durante o governo de Margaret Thatcher. Uma minoria acolhendo a luta de outro grupo oprimido. Divergências de localidade, educação, cultura e status social convergindo num só propósito: solidariedade. Em longo prazo os dois lados venceram, graças a uma relação solidificada num único valor: tolerância.
Se a arte imita a vida - ou se é o contrário que acontece - ainda não se pôde definir. Mas, além de indicar todos esses filmes excelentes, a Dica para esta e outras semanas que seguirão é que prestemos mais atenção a essas produções, que além de nos divertir e comover, também nos ensinam muito. E é com orgulho que indico “Pride” como uma aula de união, tolerância e respeito para todos.
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