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A História dos Biquínis

Em Julho, o biquíni completa 75 anos. Descubra a história por trás deste traje tão controverso

Ines Frison (Arquivo Pessoal)

Escrito por Inês Ramalho Frison

15 JUL 2021 - 11H56 (Atualizada em 15 JUL 2021 - 11H59)

Foto: Reprodução
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O biquíni surgiu em 1946 inspirado na ilha de Atol Bikini, que é o local onde várias bombas atômicas estadunidenses foram testadas. Segundo as histórias, o estilista francês, Louis Réard, tinha pouco tecido com que trabalhar, devido ao racionamento da guerra, portanto, criou algo com pouco tecido e muito impacto: o biquíni.

Depois de sua criação, Réard precisou achar uma modelo corajosa para usar sua peça. A dançarina Micheline Bernardini, aceitou o desafio e, em 5 de julho de 1946, o ensaio fotográfico de “bikini, menor que o menor maiô do mundo” foi lançado.

 Muitas mulheres famosas, como modelos, atrizes e cantoras aderiram à moda e foi assim que a alemã Miriam Etz se tornou a primeira mulher a usar um biquíni no Brasil, na Praia do Arpoador em 1948.

 Proibições

Embora a peça tenha feito sucesso, também gerou muita controvérsia, já que muitos conservadores se opunham à falta de pudor das usuárias. O Papa Pio XII assinou uma nota contra o biquíni, Jânio Quadros baniu-os de todas as praias brasileiras e países como França, Portugal, Itália e Espanha. O motivo de toda essa comoção era o umbigo, parte do corpo feminino que não era mostrado publicamente.

Antes de 1946

Réard é sempre creditado como o inventor do biquíni, mas há evidências de trajes de banho de duas peças sendo usado desde a antiguidade, como mostra a foto abaixo, um mural de Sicília de quase 2000 anos.

Foto: Reprodução
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Apesar de não ser chamado de biquíni na época, mulheres do século 20 usavam o traje antes de 1946. O filme soviético Man with a Movie Camera de 1929, que traz cenas do cotidiano das pessoas na época, mostra cenas de mulheres se exercitando na praia usando trajes de banho de duas peças.

Foto: Reprodução
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Foto: Reprodução
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Mesmo com todas as evidências provando que trajes de banho femininos de duas peças já existiam, a invenção do biquíni será sempre creditada a Louis Réard, já que foi ele que colocou o nome pelo qual o traje ficou conhecido, porém, ele não foi o primeiro a lançar isso no mercado. Apenas três semanas antes do lançamento de “Bikini: menor que o menor maiô do mundo”, Jacques Heim, outro estilista francês, havia lançado seu próprio traje de banho: “Átomo: o menor maiô do mundo”, que também era separado, mas não expunha o umbigo.

Jornada até a aceitação

Muitos anos se passaram até que o biquíni fosse considerado comum e não um escândalo, mas é importante lembrar da contribuição de algumas mulheres na luta para que seus corpos não fossem objetificados e tratados como coisas das quais mulheres deveriam ter vergonha:

A famosa atriz estadunidense, Brigitte Bardot, usou biquínis em dois filmes de sucesso, “Manina, a Moça sem Véu” (1952) e “E Deus Criou a Mulher” (1956);

Em 1962, a austríaca Ursula Anderss estrelou em “007 contra o Satânico Dr. No” usando um biquíni branco que marcou história no cinema e tem preço estimado de quase R$3 mi.

Leila Diniz, um dos maiores símbolos da revolução feminina no Brasil, criou um escândalo ao usar um biquíni que mostrava sua barriga grávida de seis meses.

É preciso reconhecer também o movimento feminista e a revolução sexual que empoderaram mulheres e as deram liberdade para usar as roupas que desejassem.

Com supervisão de Giovana Colela, jornalista do Grupo Meon. 

Escrito por
Ines Frison (Arquivo Pessoal)
Inês Ramalho Frison

1º ano do Ensino Médio - Colégio Embraer Juarez Wanderley - São José dos Campos.

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