Por Marina Gaeta | Colégio Poliedro Em Alunos Atualizada em 27 AGO 2020 - 15H32

Arte para quem?

Não é apenas em época de pandemia que a arte se faz inacessível

Na penúltima quinta-feira, dia 12 de agosto, tendo em vista o cenário pandêmico contemporâneo, o Dia Nacional da Arte não foi devidamente celebrado.

No entanto, como uma tentativa de propagar atividades, muitos músicos, por exemplo, estão apostando na realização de eventos por meio de transmissões online dentro da plataforma do Youtube, visando o cumprimento das medidas de confinamento.

A despeito dessas iniciativas, nota-se que muitos não possuem acesso ao meio virtual e, consequentemente, ao que é produzido nele. Contudo, não é apenas em época de pandemia que a arte se faz inacessível, é possível analisar a sua falta de abrangência também em outros contextos.

Embora o Youtube, ferramenta séria da mídia, na qual é plausível a exposição de conteúdos, seja acessível a diversos usuários do próprio aplicativo, é errôneo afirmar que ela é uma plataforma verdadeiramente democratizadora da arte.

Segundo pesquisas divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma em cada quatro pessoas no Brasil não têm acesso à internet, o equivalente a aproximadamente 46 milhões de brasileiros, ou seja, se democratizar é tornar acessível ao povo, é inverídico afirmar que todos possuem meios para utilizá-la.

De fato, há maneiras de acessar a arte de graça ou por um preço justo, contudo, os locais nos quais são expostas as obras de arte ou em que ocorrem os eventos, muitas vezes, são áreas frequentadas pela elite.

Nesse sentido, moradores de comunidades, normalmente, são moralmente repelidos desses ambientes, por meio de olhares ou até perseguidos pelos seguranças.

Outros fatores que colaboram para o afastamento do público em relação às manifestações artísticas é a escassez de propagandas a fim de divulgar os projetos e a falta de investimento por parte do setor privado.

O teatro, por exemplo, é uma das áreas mais prejudicadas, uma vez que artistas independentes encontram diversas dificuldades à procura de apoios e, como saída, agem por conta própria.

Ademais, a profissão é extremamente discriminada e desvalorizada devido à falta de segurança financeira, e ao fato de que muitos pensam que ela transmite apenas entretenimento e não conhecimento.

Já no mundo da moda, não há consideração em relação aos artistas envolvidos no processo da realização da vestimenta. Vale ressaltar que a moda é essencial para a sociedade contemporânea, além de ser um espelho do que o homem produz.

A calça jeans por exemplo, foi criada para operários e mineradores do século XX, e dita o modo de vestir de grupos, já que há uma pressão social em se encaixar em algum deles.

Outrossim, como a alta costura não é acessível a grande parte da população, a pirataria se tornou algo mais viável, principalmente, a aqueles desprivilegiados. Por outro lado, produtos pirateados, além de serem ilegais, prejudicam demasiadamente o trabalho do artista.

Em meio a uma sociedade utilitarista, a arte possui como função registrar, documentar e testemunhar manifestações humanas ao longo do tempo. A arte em si não possui uma única definição, seria o mesmo de tentar explicar todo o processo de respirar, o entendimento só iria vir à tona se você respirasse.

Estudar essa área é o mesmo que estudar a sociedade e as suas criações culturais e artísticas. Portanto, é evidente tamanha importância cultural, tanto que é considerada um direito de todo ser humano, no entanto, nota-se que isso ocorre apenas na teoria e traz consigo um grande debate: Arte é somente para os ricos? Se não, arte é para quem?

Com supervisão de Nicole Almeida. 

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Escrito por
Marina Gaeta (Arquivo Pessoal )
Marina Gaeta | Colégio Poliedro

Aluna do 3° ano do Ensino Médio do Colégio Poliedro, em São José dos Campos

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