Por Camily Victória Nobre de Oliveira | EM Maria Payar Em Alunos Atualizada em 25 SET 2020 - 15H22

Banhado em São José dos Campos sofre com queimadas das turfas

As queimadas das turfas são confundidas com as queimadas da mata, pois há fumaça e forte cheiro, mas não há fuligem; saiba mais

Nos últimos dias, os jornais do país têm trazido notícias sobre queimadas na mata Atlântica e no Pantanal. Mas, em São José dos Campos, os moradores da região do centro e zona norte estão sofrendo com a fumaça de uma queimada que não tem chamas.

No centro da cidade de São José está localizado o Banhado, considerado o cartão postal da cidade e uma área de proteção ambiental. A região compreende um gigantesco anfiteatro natural, que se abre após o declive abrupto, caindo sobre a várzea próxima como uma extensa planície que se alonga até o Rio Paraíba do Sul. Geograficamente, é formada pelo Rio Paraíba e sua várzea, delineada e emoldurada por uma encosta semicircular, que a caracteriza como fenômeno natural singular.

A turfa é um material vegetal depositado em várzeas de rios, que sob condições adequadas, ao longo do tempo, transforma‐se em carvão, porém com o desmatamento, ocupação humana e construções desnecessárias acontece um incêndio subterrâneo, "incêndio do solo".

Isso ocorre a cerca de 15 cm acima do solo mineral, afetando o material orgânico em decomposição devido ao pouco oxigênio disponível. O fogo desenvolve-se lentamente, sem chamas, com pouca fumaça, mais persistentemente e com o intenso calor e força distribuidora uniforme; esse tipo de incêndio é difícil de combater.

A queima da turfa, além de deixar o ar insuportável, pode causar um grande impacto à saúde, podendo até aumentar as crises de asma e alergia. Até mesmo pessoas que não tem histórico de doenças são vulneráveis, pois a reação pode favorecer a proliferação de bactérias, que provocam doenças como a sinusite.

A cidade de São José dos Campos, dentro desta lógica mundial, sofre com a degradação do homem há anos. A região oeste do Banhado vem sendo cercado por obras de condomínios que contribuem para secar a várzea do Rio Paraíba do Sul e, consequentemente, propiciar a queimada das turfas, que, além de deixar o ar insuportável, pode dar um grande impacto à saúde.

Os moradores da região têm sofrido com as queimadas das turfas, que são confundidas com as queimadas da mata, pois há fumaça e forte cheiro, mas não há fuligem.

“Nossas roupas ficam com cheiro forte, não podemos deixar as janelas abertas, apesar do calor”, desabafa a moradora da região, Graça de Pontes.

Algumas medidas paliativas podem ajudar, como a utilização de panos ao menos na região da boca e do nariz e o fechamento das janelas e portas das casas. Essas são algumas das medidas recomendadas pelos médicos para minimizar os efeitos do incêndio da turfa. No entanto, eles afirmam que é impossível bloquear 100% a fumaça.

“Para essa situação acabar, os órgãos de fiscalização devem coibir e multar pessoas e empresas que fazem construções na região do banhado. Ao mesmo tempo é importante também lutarmos pela conscientização contra as mudanças climáticas que estão afetando vidas”, conclui Ana Beatriz Bizarria, outra moradora da região.

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Com supervisão de Nicole Almeida, jornalista do Grupo Meon.

Escrito por
Camily Victoria Nobre de Oliveira (Arquivo Pessoal )
Camily Victória Nobre de Oliveira | EM Maria Payar

Aluna do 8° ano do Ensino Fundamental II da Escola Municipal Maria Antonieta Ferreira Payar, em São José dos Campos

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