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Mês do Orgulho LGBTQIAP+ e intensificação da procura por pink money

Entenda a relação e a problemática

Carolina Quadros (Arquivo Pessoal )

Escrito por Carolina Quadros Motta Bastos

05 AGO 2022 - 18H10

Pixabay

Entramos no mês de junho em uma quarta feira, e com ele se iniciaram comemorações em torno da comunidade LGBTQIAP+. O mês, definido como Pride Month (“Mês do Orgulho”, em tradução literal), serve como um meio de representar e homenagear toda a história e a população queer, termo guarda-chuva para a comunidade LGBTQIAP+.

Junho foi escolhido para relembrar, entre outros acontecimentos, a Revolta de Stonewall, de 1969, uma marca na luta por direitos LGBTQIAP+. Durante os 30 dias são organizadas campanhas de conscientização, doações em massa e eventos variados ao redor do mundo, como a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, na Avenida Paulista.

Entretanto, o mês de junho intensifica também a procura incessante por pink money, termo que representa, de modo brando, o poder de compra da população LGBTQIAP+. Isto é, o quanto essa parcela da sociedade gasta com produtos e serviços voltados à ela.

Dessa forma, aumentam-se e implementam-se as mais variadas campanhas de marketing voltadas à essas pessoas, que trazem, no geral, a mensagem de “apoiamos a comunidade, aceitamos a diferença e valorizamos a diversidade”. Da noite para o dia, surgem nas lojas versões de todos os produtos com cores variadas e mudam-se nas redes sociais os logos de todas as empresas: de repente, todos querem se mostrar aliados.

Tudo isso, todo esse apoio e suporte e variedade, é uma coisa boa, muito boa. É um nível de visibilidade conferido a uma comunidade que foi, esquecida e reprimida por muito tempo, sendo violentada e castigada por apenas viverem suas vidas. Porém, é necessário relativizar o quanto desse apoio é efetivo, disposto e voluntário; e o quanto é apenas jogada de marketing, com função única e exclusiva de adquirir lucro.

É fato que, muitas empresas se mostram as maiores aliadas da comunidade queer durante o mês de junho, mas assim que o dia 30 acaba, as decorações em arco-íris são esquecidas e não veem a luz por mais um ano. Observamos muitas das empresas que fazem campanha ganhando muito dinheiro em cima desse mês, dessa comunidade, sem mover um dedo para ajudá-la, sem realizar alguma ação que ajude queers em situação de rua porque foram expulsos de casa, ou algum projeto que confira tratamento de hormônios para aqueles que desejam.

E o problema principal está aí: o sistema atual que prioriza o dinheiro, em detrimento das pessoas. A comunidade LGBTQIAP+ é formada por indivíduos que passam suas vidas lutando por aprovação e afirmação, que têm, durante esse “mesinho” no ano, suas identidades celebradas, mas acabam tendo que sempre verificar se estão sendo exploradas ou não. Se as empresas que mudaram suas cores apresentam ações que efetivamente ajudam-nos ou se é apenas uma facada.

Uma boa solução, por ora, seria as empresas realizarem ajudas efetivas à comunidade, com doações a abrigos e organizações, realização de campanhas que alcancem diversas parcelas da sociedade, iniciação de projetos que deem aos LGBTQIAP+ uma chance de se educarem. Apenas trocar a paleta de cores dos posts no Instagram não é o bastante agora. Nunca foi e não será no futuro.

Com supervisão de Léo Lenzi, jornalista do Meon Jovem. 




Escrito por
Carolina Quadros (Arquivo Pessoal )
Carolina Quadros Motta Bastos

Aluna do 3° ano do Ensino Médio do Colégio Embraer - Juarez Wanderley, em São José dos Campos

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