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Perfis de liderança: Como serão os líderes do futuro?

Saiba mais sobre a geração Z, estilo de liderança e confira algumas entrevistas sobre o tema!

Ingrid Latanzi (Arquivo Pessoal )

Escrito por Ingrid Vitória Latanzi Silva

27 NOV 2020 - 11H12 (Atualizada em 27 NOV 2020 - 15H45)

Após as eleições municipais e analisando o contexto atual, diversas dúvidas e incertezas pairam sobre as nossas cabeças e nos vemos muitas vezes desesperançosos e principalmente pensando sobre o futuro.

Analisando este cenário, é praticamente impossível falar dos dias de amanhã sem citar os jovens, essa geração crítica e curiosa cheia de ambições e questionamentos, mais conhecida como geração Z, ou também denominados nativos digitais, como são definidas sociologicamente pessoas nascidas entre 1995 a 2010.

Quais são as características dessa geração ?

Uma característica muito presente dessa geração é a busca por praticidade e facilidade. Esta geração quebrou a necessidade de etiqueta e se opôs fortemente a todos os estereótipos. Não se preocupa com as definições de gênero, idade ou classe, mas valoriza a diversidade. São comunicativos, curiosos e com a facilidade da informação, não são adeptos apenas a uma resposta, ou seja, são conhecidos como questionadores.

Pensando nestes atributos, vem a seguinte questão : como será o futuro dos líderes no Brasil ?

Os jovens de hoje não viveram sob a ditadura, não passaram pela censura, não viram a crise econômica de 1980, não moraram em um país sem bolsa família, não sofreram com impeachment do Collor, redemocratização, instabilidade política, ou seja, eles são muito sortudos.

Os jovens têm na memória um país com maior liberdade de expressão, de escolha, informação e democracia. Coisas construídas com muita dificuldade no Brasil.

Apesar de não possuirem uma vasta memória política, eles possuem consciência das dificuldades do passado. No entanto, será que isso basta para entender o que eles não querem no futuro? Como será o eleitorado daqui alguns anos? Será que os jovens se sentem representados, ou possuem um perfil de líder, independente do âmbito? Onde se inspiram ?

Bom, vocês vão descobrir isso hoje.

Juventude no comando

Maria Eduarda Nogueira Vieira de 17 anos e Mariana Parola Paiva de 16 anos cursam o segundo ano do ensino médio em escolas particulares diferentes no município de São José dos Campos. Em uma entrevista com elas, ambas afirmaram que possuem o perfil de líder ideal e sabem definir o maioral que as representam.

“Na minha visão, um bom líder é aquele que enxerga as qualidades do grupo e consegue definir funções que se encaixem no perfil das pessoas. Um líder consegue enxergar uma qualidade que muitas vezes a própria pessoa não identifica, e por isso é necessário que ele tenha educação ao pedir para que a pessoa execute tal tarefa. Não é trabalho do líder impor e sim mostrar que o caminho que ele está indicando é bom para todos do grupo“ - disse Maria Vieira.

Já falando sobre representatividade a outra aluna afirmou sua preferência “Um líder que tenha empatia, respeito, e que não precise alterar seu tom de voz para conseguir respeito” - relata Mariana Paiva.

Liderança é algo almejado por muitos ao decorrer da vida, desde vertentes profissionais até a auto liderança. Uma pessoa que está adepta a conduzir um grupo deve ter qualificações específicas para fazê-lo de modo eficaz e que realmente gere resultado. Vale ressaltar, que muitas pessoas nascem com a liderança inserida em sua personalidade, enquanto outros desenvolvem essa característica como reflexo de muito estudo.

Para as entrevistadas ser um líder é algo natural, que nasce com a pessoa e até mesmo é incentivado pela criação da mesma. Mariana contextualiza dizendo que um líder deve conseguir respeito da sua equipe sem arrogância, Já Duda diz que um líder deve ter a confiança em saber que é capaz de liderar uma pessoa ou mil, deve ser bastante criativo, para incentivar as pessoas com que está trabalhando, pois é esse indivíduo que vai guiar um grupo.

Ou seja, são qualidades indispensáveis e essenciais dentro dos nossos representantes. E essas características incríveis não vem à toa, ambas disseram que possuem um líder de inspiração, no entanto, de âmbitos diferentes.

Enquanto Maria Eduarda afirma que possui várias lideranças que a inspiram, dentre elas a Luiza Trajano, dona da rede de lojas de varejo Magazine Luiza, por ser uma empresária, líder, e mulher em constante evolução e Nelson Mandela por demonstrar que o diálogo é a melhor maneira de reverter uma situação, Mariana diz que não possui um líder específico que a inspira, no entanto a jovem enxerga nas mães um exemplo de líder, pois para aluna elas assumem uma responsabilidade muito grande por anos da sua vida.

Já Alef S. Ramos, eleito como conselheiro municipal da juventude com 25 anos pela Juventude do PSDB de São José dos Campos, Secretário de Formação Política da Juventude do PSDB e Coordenador da JPSDB do Vale do Paraíba, foi mais genérico na sua resposta expondo que os líderes que o inspiram são aqueles que possuem empatia e acreditam nas ideias de seus subordinados. Esses são para ele os atributos fundamentais para a construção de um líder e consequentemente, para a construção de uma boa gestão em qualquer local.

Para finalizar questionei acerca da cobrança em construção de um futuro melhor em cima da nova geração, e perguntei se eles acreditam que os jovens são vistos como salvadores do futuro. Mesmo os entrevistados sendo da mesma geração, houve um conflito de ideias.

As jovens estudantes de ensino médio, disseram que sim, enxergam essa cobrança e não veem como adequado esse posicionamento da sociedade, pois pode influenciar na tomada de decisões precipitadas.

“Eu acredito que nós, jovens, temos várias pressões nos cercando - vestibular, carreira, relacionamento... E ainda estamos herdando do passado um mundo que está em crise. Já está óbvio que o planeta não tem mais condições ambientais de sustentar nossa sociedade consumista, já está claro que a sociedade patriarcal não cabe mais nos dias atuais, entre diversos outros colapsos. Existe a pressão de que a nossa geração vai salvar o mundo dessa crise existencial, porém se esquecem de que não é possível reparar em alguns anos um estrago que está sendo feitos há séculos. Acredito sim, que nós iremos criar várias soluções e que faremos um mundo melhor, mas isso também será trabalho das futuras gerações.” - conta Maria.

Já o Alef, Coordenador da JPSDB, discordou na parte da cobrança em cima da nova geração, contudo afirmou que acredita que os jovens são sim, vistos como salvadores do futuro.

“Não há uma cobrança, porque vemos diversos jovens pouco se importando com certas questões. No entanto, os jovens são vistos sim, como provável salvação de um futuro a todos. Mas apenas aqueles que se interessam por determinados assuntos e colocam suas opiniões em prática, para fazer um futuro da nova geração muito melhor do que estamos passando no momento conseguem ter êxito “ - Ramos, Alef.

Em suma percebemos que os jovens da geração Z, mesmo não possuindo uma vasta memória política, possuem posicionamentos fincados acerca das suas preferências e seus representantes.

Os três entrevistados possuem idades diferentes, opiniões diferentes, mas todos respectivamente pertencem a geração Z e unanimemente percebem que um líder deve ser constituído dos valores mais altruístas, e principalmente que ele deve respeitar e ouvir sua equipe, pois a partir do momento que o líder escuta as opiniões de seu grupo ele estará disposto a atender às suas necessidades com mais empenho.

Ademais, pelo excesso de informação e conhecimento, os futuros e atuais eleitores farão muito mais cobrança em busca de seus representantes já que possuem suas opiniões bem formadas sobre o que querem e buscam de seus líderes.

No entanto, será que esse é o pensamento da sociedade em geral? Na atualidade as pessoas no nosso cotidiano possuem um perfil de liderança ideal em que se inspiram?

Para descobrir, já sabe, continue lendo esse material.

O Lado da Comunidade

Em uma pesquisa pela plataforma Google, com 130 pessoas de diferentes faixas etárias, foi possível analisar a defasagem de opinião e como as decisões da sociedade muitas vezes acabam sendo precipitadas e influenciadas pela falta de representatividade.




A maior parte das pessoas afirmaram que são influenciáveis, não possuem um líder que os inspiram, e nem possuem um perfil de líder ideal, no entanto sabem qual é a função de um líder em sua esfera social.

Isso é realmente preocupante, no entanto, o fato das pessoas assumirem que elas não possuem um líder ideal e que se deixam influenciar pela opinião alheia, já é um grande passo para mudanças.

A escolha de um líder independente do seu campo, é de suma importância para a sociedade, pois liderar é tornar a voz do grupo uma só voz, é atender as necessidades e representar sua equipe, em valores, objetivos e opiniões.

O Lado do Especialista

Saber das opiniões dos jovens e da sociedade é algo imprescindível, já que estamos falando sobre líderes do futuro no Brasil. No entanto, muitas vezes partimos de senso comum por não sabermos verdadeiramente o que significa e qual a função daquela determinada função, neste caso, os líderes.

A partir disso estive em contato com Demetrius Alexandre, Fundador da Eco Sistema, associação para o desenvolvimento humano e organizacional; co-fundador da Outward Bound School Brasil; Administrador de Empresas e Negócios pela Escola Superior de Administração e Negócios (UNFEI-ESAN São Paulo); Assessor de Projetos da Fundhas; Professor do Colégio da Univap, especializado em Aprendizagem Experiencial na Outward Bound Alemanha além de Consultor em Desenvolvimento Humano e Organizacional e Consultor em Liderança Executiva.

Ele tirou algumas dúvidas e abordou sua opinião sobre a temática.

Como especialista nesta área, Demetrius afirmou que as principais características de líderes do século 21 devem ser de pessoas dotadas de valores invioláveis que sustentem suas iniciativas para realização de sonhos, pessoas e coletivos para o bem comum , além de viverem de acordo com sua vocação motivadas apenas por propósitos coletivos de um mundo melhor a partir do ecossistema que habitam no dia a dia do lar, bairro, cidade, estado, país e, enfim, planeta.

Desta forma, o consultor em liderança executiva diz que a principal função de um líder independente da esfera que ele esteja inserido, deve ser inspirar as pessoas servindo e guiando no ambiente de atuação com o seu melhor.

Além disso, o empresário comentou que sua fonte de incentivo como líder é Jesus Cristo, afinal ele inspira as pessoas apenas com o seu legado e, como vimos, a principal função de um líder deve ser a inspiração.

A sociedade está em constante mudança. Pensando um pouco sobre a temática da matéria, questionei o entrevistado acerca da sua opinião a respeito do perfis de líderes do futuro principalmente da geração Z, crítica e curiosa. 

“O perfil dos novos líderes será servir incondicionalmente com propósitos e amor as pessoas para construção de ambientes de convivência familiar, profissional e social melhores e pautados por respeito aos valores invioláveis.” contou Alexandre.

Até aqui percebemos que o líder ajuda somar e equilibrar interesses, unir força e criar propósitos. Mas será que atualmente os representantes estão cumprindo com essas expectativas ? Demetrius disse o seguinte:

“Estamos no caminho do desenvolvimento de líderes de consciência e espírito. As gerações presentes estão na transição para a integração da Inteligência Espiritual, que sustenta todas as inteligências humanas. As futuras gerações, nascidas a partir de 2010, já tem o algoritmo neural da Inteligência Espiritual. Eles transformaram as relações humanas em todos os ambientes de convivência. São guiados pela Ética e Espiritualidade que é o caminho para a plenitude do ser e a vida eterna. Sabem que as ações são como semear e colher”.

Mas realmente a liderança é tão importante assim?

Um ambiente que não seja coordenado por um bom líder, é como um corpo sem cabeça, pois é ele que direciona, encaminha e ajuda a atingir o seus objetivos. Sem ele as pessoas ficariam descoordenadas e sem rumo.

Mas para ter sucesso os líderes devem ser sobretudo empáticos, e isso se qualifica a uma estilo de liderança chamada ressonante, em que uma pessoa é conselheira, empreendedora, carismática, democrática, agregadora.

No entanto, há também outro tipo de liderança que se denomina dissonante: é o líder que não exala confiança e ressoa exclusivamente para o lado negativo, gerando um ambiente tóxico ao seu redor, pois a pessoa é agressiva, autocrática, arrogante e opressora. Nada que buscamos em nossos representantes.

Mudanças de paradigmas

Logo, o mundo está mudando e o ano de 2020 foi o estopim para a transformação em diversos âmbitos da sociedade. Um estudo da McKinsey & Company mostrou o que os CEOs estão mudando na sua maneira de liderar e o estilo dissonante está deixando de existir, já que, entre os aspectos, pode-se destacar a velocidade e a agilidade na tomada de decisão.

Os líderes do futuro, principalmente a partir da geração Z, serão de um novo perfil, no entanto não podemos deixar só o comando da próxima ou da geração atual, afinal o desenho da sociedade brasileira está mudando. Nem sempre seremos jovens, não temos que terceirizar o serviço. Independente da idade, é necessário instigar mudanças. Devemos cobrar dos nossos representante suas respectivas funções para que assim o futuro comece agora!

Como sempre, um grande abraço, Fique ligadinho e acompanhe o Meon Jovem, esse projeto esplêndido, que instiga talento e desperta oportunidade.

Parceria: 





Com supervisão de Milena Peres, jornalista da Zan Comunicação, parceira do Grupo Meon. 

Escrito por
Ingrid Latanzi (Arquivo Pessoal )
Ingrid Vitória Latanzi Silva

Aluna do 3° ano do Ensino Técnico em Administração - Colégio Univap - Unidade Centro - São José dos Campos

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