Era sol. Era fogo. Era estrela.
Era um caminho cego e reluzente.
Era impossível contê-la
E prendia meu brilho fadado
Por sua luz cujo reflexo mente.
E não sente o desespero que semeia?
Cobre-nos com sua névoa ilusória
E faz-nos refém em sua teia
Pois lhe convém tornarmos tua escória
Para que gentil, tenhamos paz em tua luz.
Mas tua paz é a guerra
É no olhar sufocado, pulso inundado,
Que traz sua fera em sorriso sádico
Penetrando em um anseio quebrado.
E então faz-se mágico.
Me encerra e me conserta.
E ainda assim, teu olhar comigo flerta,
E envolve-me em um sorriso compensatório.
Me faz lutar, me fez sonhar,
Me fez eminente sob teu pedestal notório.
Foi um céu infernal que com fúria abençoa.
É a dor gentil cuja falta magoa.
Teu mal me eleva
Teu bem sutil me destrói
Me fez submersa em treva
E após, proclama-se herói.
És uma delicada chama perversa
Me intriga, me machuca, me infesta
Por que eu amo o que me odeia?
Por que tolero o que me insulta?
Por que afogo o que a alma anseia?
Por que meu orgulho à mente sepulta?
Me faz pequeno, simples, deplorável
Me sustenta, me atura, me aguenta
Me fez tão forte e tão vulnerável
Que tua falta me atenta e prende minha mente instável.
Tão pequena, tão estranha, tão fugaz...
Mal ela sabe a falta que uma alma faz.
Com supervisão de Isabela Sardinha, jornalista do Meon Jovem.
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