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Poluição luminosa: Um grande mal à saúde humana e animal

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Escrito por Gabriella Lourenço, Miguel Ângelo e Pedro Lima

08 NOV 2023 - 16H45 (Atualizada em 28 FEV 2024 - 09H57)

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Nos tempos recentes tem-se tornado frequente o termo “poluição luminosa”, mas o que este termo de fato significa? Esse fenômeno consiste na emissão de luminosidade artificial em meios urbanos para o céu noturno. Isso vem da necessidade humana por ambientes densamente iluminados e, por consequência, esse tipo de poluição traz uma longa lista de males e distúrbios aos ecossistemas e ao próprio homem.

O mal causado pela poluição luminosa que mais se popularizou, recentemente, foi a ofuscação do céu noturno, termo mais conhecido entre especialistas como “sky glow” (algo como “brilho no céu”, em inglês), que causa a ofuscação parcial ou integral do céu noturno e seus astros. Este fenômeno, porém, não é o único malefício da poluição luminosa. Há ainda consequências danosas à flora, fauna e ao próprio ser humano.


Malefícios a saúde humana, animal e vegetal:

A poluição luminosa tem um grande efeito prejudicial à saúde animal, vegetal e humana. Mas os malefícios são muito maiores do que se acredita. O primeiro é o distúrbio ao sono. A poluição luminosa afeta muito o sono humano e dos animais, em geral. Pois impede que importantes etapas da manutenção e recuperação cerebral sejam realizadas e prejudicando o sono REM, estado do sono no qual são armazenados memórias e conhecimento. O sono também é essencial para toda a saúde física e psicológica, às quais, em sua ausência, geram agravamentos na saúde e tendo como consequência a obesidade, depressão, ansiedade entre outros quadros físicos e neurológicos diversos.

Isto causa diversos comportamentos anômalos na fauna prejudicando a alimentação e hábitos de grande variedade de espécies (sem mencionar o prejuízo ao sono). Isto pode prejudicar a preservação de espécies em risco, causar alteração de humor e comportamentos em animais de hábitos noturnos e em outros que se orientam pela luz. Como grande parte dos insetos, agravando, também, infestações de espécies por causa do desiquilíbrio ecológico.

As plantas também dependem da variação natural de luz para regular seus processos biológicos, como a floração e a fotossíntese. Quando expostas a níveis elevados de luz durante a noite, muitas espécies têm seu ciclo de vida desregulado.

Além disso, a poluição luminosa interfere nos padrões de migração de aves e insetos noturnos, que desempenham papéis essenciais na polinização e na dispersão de sementes. Isso pode levar à diminuição da diversidade de espécies vegetais em determinadas áreas.

Plantas sensíveis à luz podem ter seu crescimento inibido, enquanto outras podem florescer fora de época. Isso cria desequilíbrios nos ecossistemas, afetando a cadeia alimentar e a interação entre espécies.

Portanto, a diminuição da poluição luminosa é crucial para preservar a saúde e a diversidade da flora, promovendo ecossistemas mais equilibrados e resilientes. Medidas como o uso responsável da iluminação, a implementação de regulamentações urbanas e a conscientização pública são passos importantes nesse processo.

Os problemas decorrentes deste tipo de poluição causam prejuízos intensos tanto a vida, como a sociedade e a economia, e o próprio padrão de consumo urbano e das fontes de energia convertidas em eletricidade.

Um dos focos deste processo e de outros grandes poluidores se encontra o ‘capitalismo predatório’ ou também conhecido pela ‘exploração extrativista intensa em detrimento da manutenção deste mesmo meio econômico e dos meios de sustentabilidade da própria existência humana’. As fontes de energia no Brasil são, até certo ponto, consideradas ‘limpas’, como as hidrelétricas, solar e eólica.

Entretanto em grande parte dos países desenvolvidos, com taxas de consumo de energia elétrica muito superior as brasileiras, e mesmo países em fase de desenvolvimento há a produção de energia ‘suja’, como o uso de carvão mineral e termelétricas, em boa parte movidas por materiais radioativos.

O ponto principal para a compreensão da poluição luminosa vem na cadeia de geração de energia elétrica e no desperdício dela, jogando luz artificial para o espaço, em quantidades gigantescas. Nisto o sistema capitalista é peça chave no entendimento do todo deste processo, pois além de promover a aceleração permanente do desenvolvimento econômico e a expansão urbana de maneira desenfreada, que se encontra como um dos principais aspectos da poluição luminosa, não há ações apropriadas para corrigirem o problema.

Com esse sistema econômico e suas distorções, os governos e companhias buscam incessantemente maximizar o consumo e, consequentemente, os lucros, sem se importar com os impactos ambientais, sociais e até mesmo econômicos. Pois trata como prioridade a lucratividade imediata, sem se preocupar com os custos futuros dos problemas gerados.

Isso ocasiona um desperdício significativo de recursos financeiros e energéticos, causando enormes impactos na qualidade de vida em escala planetária. A indústria energética é uma das áreas mais lucrativas do mundo, podendo ser vista até mesmo como um dos mais importantes setores no capitalismo.

Segundo pesquisas, as grandes petrolíferas mais que dobraram seus lucros anuais no ano passado, ultrapassando centenas de bilhões de dólares. Além disto, apresenta um lucro demasiado para as regiões que contribuem para esse desperdício de energia, uma vez que os cidadãos acabam pagando pela ineficiência do excesso de iluminação energética.

O consumo exacerbado e essa busca excessiva por lucro, ignoram todos os impactos decorrentes da poluição energética. Por isso, nos dias de hoje, a pauta de transição energética está em alta, a transição para sistemas econômicos mais conscientes e sustentáveis são crucias para enfrentar o problema em questão.

Portanto, a diminuição da poluição luminosa é crucial para preservar a saúde e a diversidade da flora, promovendo ecossistemas mais equilibrados e resilientes. Medidas como o uso responsável da iluminação, a implementação de regulamentações urbanas e a conscientização pública são passos importantes nesse processo.

Enfim, a poluição luminosa é um fenômeno humano que causa anomalias significativas nos ambientes urbanos e no ecossistema geral. São necessárias ações efetivas para sua contenção e contra sua propagação. Atividades essas em favor de sua substancial redução, dado ao número imenso de ecossistemas que são afetados por ela no planeta, causados males incalculáveis.

Com supervisão de Isabela Sardinha, jornalista do Meon Jovem.





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Gabriella Lourenço, Miguel Ângelo e Pedro Lima

9° ano do Ensino Fundamental - Alpha Lumen - SJC

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