O mês de outubro é marcado pela conscientização sobre o câncer de mama. Uma doença que, de acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), assombra 29,7% da população feminina, sendo 66.280 casos novos, só em 2020.
Em 2019, mais de 70% dos casos de câncer de mama só foram diagnosticados em estágio avançado. Este número expressivo é reflexo da falta de informação e da fraqueza da saúde pública.
Para pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde), o tempo de espera para uma biópsia pode demorar de 75 a 180 dias. E do diagnóstico até o início do tratamento podem levar até 60 dias em mais de 50% dos casos, segundo a Femama.
Muitos dos casos de câncer de mama são diagnosticados já no estágio avançado, por isso alguns casos é necessário fazer a mastectomia radical - cirurgia que tira toda a mama, os linfonodos axilares e os músculos peitorais. Para a mulher, perder uma mama é um choque, muda totalmente sua visão sobre o seu corpo e a sua autoestima.
Pensando nisso, a Dra. Cláudia Francisco, em 2019, junto com seu marido e sua filha criaram a Associação Projeto SER (Self Esteem Restoration) em português, "Restaurando a Autoestima".
O projeto sem fins lucrativos visa fazer a reconstrução da mama de mulheres que passaram pela mastectomia radical, sem nenhum custo.
A médica conta como tudo começou. “Pensamos em criar o projeto e oferecer a cirurgia de reconstrução mamária para pacientes carentes, sem recursos próprios, sem convênios e que estivessem ainda em espera, para serem chamadas pela saúde pública."
“Abrimos para o público que tivesse interesse em se cadastrar. Em fevereiro de 2020, nós tivemos os primeiros atendimentos. Atendemos 40 mulheres e iniciamos o preparatório cirúrgico.” conta.
Em razão da pandemia, o projeto teve que fazer uma pausa. O projeto tentou uma parceria com a rede pública, mas por conta da sobrecarga, a parceria não foi para frente.
No início do ano de 2021, o projeto realizou 8 procedimentos e fizeram todo o acompanhamento.
“Essas sequelas não são pequenas. A grande maioria dessas mulheres passaram por remoções de grandes tumores já avançados. Nesses casos, a pessoa fica com quase nada de volume mamário. Isso causa uma mudança súbita na visão corporal. Só o próprio paciente e familiares que vivenciam essa realidade sabem o quanto é duro estar mastectomizada. E elas não tiveram a oportunidade de reconstrução imediata e vivenciam o luto da mastectomia. Então, há uma mudança, não só física, mas emocional. A ideia é que as mulheres melhorem a sua qualidade de vida, sem nenhum custo.” conta a médica.
E ela ainda deixa um recado para as mulheres: "Mantenham sempre o cuidado de avaliar qualquer mudança na mama, na pele da mama, na consistência, no mamilo, e buscar atendimento médico especializado com ginecologista e mastologistas. Um diagnóstico precoce do câncer de mama faz toda a diferença na vida da mulher!"
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