Alunos

Projeto SER: Reconstruindo a autoestima depois de um choque no diagnóstico

Projeto faz cirurgia de reconstrução de mama após cirurgia radical por câncer

Ryan

Escrito por Ryan Ribeiro

05 OUT 2021 - 16H11

Reprodução

O mês de outubro é marcado pela conscientização sobre o câncer de mama. Uma doença que, de acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), assombra 29,7% da população feminina, sendo 66.280 casos novos, só em 2020.

Em 2019, mais de 70% dos casos de câncer de mama só foram diagnosticados em estágio avançado. Este número expressivo é reflexo da falta de informação e da fraqueza da saúde pública.

Para pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde), o tempo de espera para uma biópsia pode demorar de 75 a 180 dias. E do diagnóstico até o início do tratamento podem levar até 60 dias em mais de 50% dos casos, segundo a Femama.

Getty Images
Getty Images

Muitos dos casos de câncer de mama são diagnosticados já no estágio avançado, por isso alguns casos é necessário fazer a mastectomia radical - cirurgia que tira toda a mama, os linfonodos axilares e os músculos peitorais. Para a mulher, perder uma mama é um choque, muda totalmente sua visão sobre o seu corpo e a sua autoestima.

Pensando nisso, a Dra. Cláudia Francisco, em 2019, junto com seu marido e sua filha criaram a Associação Projeto SER (Self Esteem Restoration) em português, "Restaurando a Autoestima".

O projeto sem fins lucrativos visa fazer a reconstrução da mama de mulheres que passaram pela mastectomia radical, sem nenhum custo.

A médica conta como tudo começou. “Pensamos em criar o projeto e oferecer a cirurgia de reconstrução mamária para pacientes carentes, sem recursos próprios, sem convênios e que estivessem ainda em espera, para serem chamadas pela saúde pública."

“Abrimos para o público que tivesse interesse em se cadastrar. Em fevereiro de 2020, nós tivemos os primeiros atendimentos. Atendemos 40 mulheres e iniciamos o preparatório cirúrgico.” conta.

Em razão da pandemia, o projeto teve que fazer uma pausa. O projeto tentou uma parceria com a rede pública, mas por conta da sobrecarga, a parceria não foi para frente.

No início do ano de 2021, o projeto realizou 8 procedimentos e fizeram todo o acompanhamento.

“Essas sequelas não são pequenas. A grande maioria dessas mulheres passaram por remoções de grandes tumores já avançados. Nesses casos, a pessoa fica com quase nada de volume mamário. Isso causa uma mudança súbita na visão corporal. Só o próprio paciente e familiares que vivenciam essa realidade sabem o quanto é duro estar mastectomizada. E elas não tiveram a oportunidade de reconstrução imediata e vivenciam o luto da mastectomia. Então, há uma mudança, não só física, mas emocional. A ideia é que as mulheres melhorem a sua qualidade de vida, sem nenhum custo.” conta a médica.

E ela ainda deixa um recado para as mulheres: "Mantenham sempre o cuidado de avaliar qualquer mudança na mama, na pele da mama, na consistência, no mamilo, e buscar atendimento médico especializado com ginecologista e mastologistas. Um diagnóstico precoce do câncer de mama faz toda a diferença na vida da mulher!"

Com supervisão de Yeda Vasconcelos, jornalista do Meon Jovem.




Escrito por:
Ryan
Ryan Ribeiro

1º ano do Ensino Médio - Fundhas - São José dos Campos

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Exclusivo | Comissão Pré-Julgadora

Boleto

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Meon, em Alunos

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.